Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O CACIQUE PENA BRANCA - Por Mundim do Vale

O Cine Odeon, passava filmes de faroeste em Várzea Alegre e a meninada arranjava no filme inspirações para sua brincadeiras. Uma vez formaram dois grupos; Um de índios e outro de bandidos.
O grupo de bandidos era composto por:
Antônio de Zequinha, Luizinho de Iza, Chico Neném, Rômulo Cassundé e Antônio Ulisses, que era o chefe do bando.
O grupo dos índios era formado por:
Zé de Manoel Velho, Antônio de Manu, Antônio de Rosa Pagé, Dedé de Biluca e Luís Cassundé ( Deral ) Que era, o cacique Pena Branca.
Pela manhã Antônio Ulisses reuniu o bando no esconderijo do motor do Coronel Dirceu e expôs a pauta do planejamento:
- É o seguinte. Amanhã a tarde vai sair umas barras de ouro da mina da Fortuna, para o Alabama, a diligencia vai passar por aqui, e nós vamos fazer um assalto para arranjar recursos e comprar armas para combater Pena Branca e seus índios.
No dia seguinte os bandidos se posicionaram na praça dos motoristas, quando o chefe escutou:
- Olha o pão doce! Olha o pão doce!
Era Dunga subindo a ladeira da rua do Juazeiro com uma forma cheia de pães doce.
Antônio Ulisses deu as ordens:
- Tomem todas as barras e botem o condutor pra correr.
Depois do assalto se reuniram novamente no esconderijo e o chefe deu novas ordens:
- Bom agora nós vamos prender Pena Branca, que é para o grupo ficar desorientado, para que a gente possa abater todos.
Assim fizeram. Amarraram Deral num poste da rua Coronel Pimpim
E ficaram de guarda. Os índios chegaram com flexas de bananeiras
E os bandidos estavam armados com baladeiras e balas de mamonas. No meio do combate, eles viram João Cassundé apontando na esquina. Foi quando o chefe do bando gritou:
- Lá vem o xerife!
Correu tudo quanto foi de índios e bandidos. Ficou só Pena Branca, porque estava amarrado.
João Cassundé chegou já com um chicote na mão e foi dizendo:
- Luís fazem duas horas que eu te procuro. Mas foi até melhor porque já te encontrei imobilizado.
- Cara pálida amarrou Pena Branca no tronco.
- Pois outro cara pálida vai soltar Pena Branca, Mas antes Pena Branca vai levar umas chicotadas.
Chico Basilo ia passando na hora e falou:
Eita que o que era de peia pára os bandidos e os índios Deral levou sozinho.
Dedicado ao Dr. Flávio Cavalcante.

6 comentários:

  1. Mundim.

    Dessa vez você resgatou varios artistas de nossa terra. Muito bem arquiteta por sua prodigiosa memoria, e, melhor ainda narrada. Vê se voce se lembra daquela Historia do Nicolau Sabino. A historia da mijada do rei. Não estou conseguindo encontrar.

    ResponderExcluir
  2. Caro Mundin...
    Obrigado pela dedicatória...
    Muito bom ler histórias sobre a maneira divertida como as crianças da época brincavam. Melhor ainda saber da participação nos dois grupos de vários queridos parentes e amigos. Grande abraço...

    ResponderExcluir
  3. Meu caro primo Morais.
    O causo da mijada do rei não foi eu que postei e nem eu conheço.
    Abraço.
    Mundim.

    ResponderExcluir
  4. Mundim do Vale.

    Voce tem razão. A historia em referencia é da autoria do Dr. Savio. Então passo o desafio a diante. Com a palavra Dr. Savio Pinheiro.

    ResponderExcluir
  5. Bom demais...rsrs.

    Mesmo sem conhecer toda a quadrilha e a tribo e muito bom ler histórias da querida Várzea Alegre.

    ResponderExcluir
  6. Minha mãe (Linda Lemos) está bolando de rir aqui ao meu lado e lembrando.

    Ela conhece toda a quadrilha de bandidos e toda a tribo de índios.

    ResponderExcluir