As coisas do tempo
- Claude Bloc -
Hoje me recuso
a interpretar
as coisas do tempo...
Não ouso mesmo
mudar nada
pois ainda guardo nos olhos
as cores das flores
no jardim da minha infância
ainda atiro pedras
sobre o espelho d'água do açude,
ainda ouço os sinos
da igreja da Sé
cedinho, aos domingos,
despertando os homens
e os arcanjos
ainda ouço em silêncio
a sinfonia suave das pétalas
e das noites escuras
ainda tenho na boca
o gosto dos bolos
que minha avó fazia
nas férias de julho.
Enquanto isso, a vida seguia
a gente contava histórias de fadas
e eu
desenhava nos meus pensamentos
um mundo muito mais perfeito
que os fins de todos esses contos:
um mundo sem países
e sem fronteiras.
Eu era como os pássaros soltos
que fazem o seu trajeto:
eu voava livre...
Por isso
hoje me recuso
a interpretar
as coisas do tempo.
Não ouso
mudar nada...
Claude Bloc
Como diz o nosso ilustre Manuel Severo:
ResponderExcluirO que dizer? Mais uma vez a Claude nos cala.... Parabens.
Obrigada Morais.
ResponderExcluirMuitas vezes calar é acatar, acolher, receber... Se você recebe minhas palavras, isso me alegra.
Abraço,
Claude
Você diz exatamente o que eu planejava dizer um dia mas vc sempre chega antes e me cala. Parabéns,Claude! Tenho muito a aprender com vc e Mundim. Adoro flores, fotos e música, viu?
ResponderExcluirJe t´embrasse,
Fafá