Flores de algodão
- Claude Bloc -
Flores de algodão
doce fábula
sob um céu intangível
sonhos macios,
nuvens brancas
nas serenas madrugadas
réstias de sol adormecidas...
Nos casulos do tempo
sementes, dormentes
teimam em germinar,
e afogam-se no suave cortejo
da matéria
clausura estática
nas entranhas da terra...
Sãs essas coisas simples
que vemos.
Flores de algodão
círculo perdido
nesse emaranhado
de segredos e mistérios...
Pergaminhos
onde se escondem os versos
onde se perdem as palavras
Flores de algodão
no meu quintal...
Claude Bloc
Claude:
ResponderExcluirParabéns!
O algodão não somente faz parte da nossa história, sociologia, economia, dentre outras...
Está inserido na poesia!
.................
A propósito, informaram-me que a Serra Verde foi a fazenda maior produtora de algodão do Cariri. È fato?
ESSA POSTAGEM ME FEZ LEMBRAR QUE MEU PAI PASSOU NADA MAIS NADA MENOS QUE 20 ANOS PESANDO O OURO BRANCO DO NOSSO NORDESTE COMO FUNCIONÁRIO DA COCEDRO.
ResponderExcluirArmando,
ResponderExcluirÉ verdade sim. O algodão era plantado, separado segundo o comprimento da fibra (tulha), processado (descaroçado) e amarrado e fardos... tudo na Serra Verde. Depois era mandado por Pedro Paulo aos seus diversos destinos. Os Bezerra de Juazeiro eram os maiores compradores.
Quando eu chegar ao Crato em Janeiro gostaria de poder conversar com você. Meus irmãos e eu estamos querendo escrever um livro sobre papai e mamãe e você, com sua experiência, creio que poderá nos orientar e ajudar.
Aceita?
Abraço,
Claude
Boas palavras Claudio, mas todas nos trazendo de volta à lembrança a luta e o esforço nunca reconhecido do nosso sertanejo.
ResponderExcluirAbraço
Claude
Claude:
ResponderExcluirConversaremos quando você vier.
Armando
Prezada Claude.
ResponderExcluirSua postagem é um primor. No algodão o nordestino encontrava o meio de pagar a conta que ficara do ano anterior, comprava tecidos para vestir a familia, pagava a escola dos filhos, gerava emprego para os mais carentes durante o ano todo, na hora do roço, da apanha, do transporte para o armazem e deste para industrias, gerava rama e residuo, comida para o gado, por fim existia todo um circulo de empregos desde a roça, corretores, e industriais. As fotos são expledorasas e o poema uma obra de arte somente possivel de ser produzida por quem viveu e conheceu de perto o algodão, o ouro branco da experança..
Prezada Claude.
ResponderExcluirPeço permissão para contar uma historinha do meu avô. Perguntado como um agricultor de pequeno porte conseguira formar os seis filhos ele respondeu com uma só palavra: Algodão.
Magnolia.
ResponderExcluirQuem pastorava eu não sei. Sei quem consumia e tinha uns bem docinhos.
Pedro Borboleta dizia que do algodão até a coceira dos besouros era boa.
Claude,
ResponderExcluirLendo o teu poema dou um "bicudo" no meu sofrimento alimentando-me de poesia, que faz esquecer o "bicudo" importado que vitimou a melhor fonte de renda sertaneja jamais subsituída.
Parabéns!
Todas essas fotos só veio mexer mais com minhas emoções e saudades, lembranças de um tempo bem distante que só volta assim quando vejo esta beleza branca e rica, dos meus tempos do juá dos correias onde eu por brincadeira, mas por divertimento apanhava algodão para o Pai Correia que nos pagava com bolachas Maria e rapadura.
ResponderExcluirUm Abraço Claude
Claude,
ResponderExcluirParabéns! Meu irmão José Denizard pesou muito ouro branco.Hoje mora em Campina Grande e a exemplo de Morais tem sempre uma história a contar dessa época. Abraço,
Fafá
Morais,
ResponderExcluirSeu comentário foi bem além do meu texto, foi um verdadeiro depoimento e mostra, a quem não viveu essa época, a importância que teve o "ouro branco" pra nossa região.
Se eu fechar os olhos e pensar nesse tempo, ainda vejo o pessoal trazendo o algodão no lombo dos burros, em caçoás. Muitos molhavam o produto para ver se enganavam os bestas, pois o algodão molhado pesa mais... (risos).
Chegavam no escritório, pesavam o algodão, recebiam a "paga" depois seguiam até a fábrica para entregar a carga pra ser descaroçada...
Era um grande movimento ali na Serra Verde no tempo da "apanha".
Outro tempo bom era o da moagem.
Abraço e obrigada pelas boas lembranças.
Claude
João Pedro,
ResponderExcluirEssa historinha que você contou foi a história de muitos, mas nem todos tiveram a inteligência de seu avô em oferecer estudo para os filhos.
Maravilha!
Abraço,
Claude
Magnólia,
ResponderExcluirQuer dizer que Morais era "viciado" em comer "biloto de algodão"???
(gargalhadas)
Abraço,
Claude
Obrigada, Sávio
ResponderExcluirA gente tem mesmo que buscar paleativo para os dissabores, mas posso lhe receitar um remédio para a alma? - POESIA !!!
Abraço,
Claude
Íris,
ResponderExcluirEssas lembranças boas a gente não pode nem deve apagar da memória. Sabe por quê?
Porque são elas nosso refúgio quando a saudade aperta. É lá na lembrança que encontramos as alegrias sinceras que escreveram nossa história...
Abraço,
Claude
Fafá,
ResponderExcluirTeu irmão também conta causos aqui no Sanharol?
Você bem que podia contar umas histórias dessas. De tanto ouvir a gente grava alguma coisa.
Abraço e obrigada...
Claude