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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 26 de março de 2013

PORQUE O JUIZ TEM QUE OUVIR AS DUAS PARTES


Seu Zé, mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferimentos que sofre  num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu Zé:

- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?

E seu Zé responde:

- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha acabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...

- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado.
- Só responda à pergunta: O Senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?

- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...

O advogado interrompe novamente e diz:

- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem.  Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta.

Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:

- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.

Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:

- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da   rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e,  pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o
patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e  foi até onde ela tava. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:

- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E, como o senhor está se sentindo?

- Aí eu pensei bem e falei: ... Tô ótimo!

4 comentários:

  1. Prezado Dihelson.

    Esta sua historia perece muito com outra acontecida bem recente.

    UM assessor parlamentar de um deputado, saiu da casa do presidente de um partido politico, que é irmão do deputado com a cueca recheada de dinheiro. Muito dinheiro. Foi preso. Apresentou varias versões.

    Inclusive que o dinheiro era fruto da venda de verduras: coentro, alface, tomate etc.

    Não aconteceu nada com o deputado. o Juiz que o excluiu o deputado do processo foi promovido para um Tribunal federal e agora o assessor vai receber o dinheiro de volta alegando que foi um presente que recebeu de um amigo.

    Por esta razão temos que ouvir as duas partes. kakakakakaka

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  2. É...

    Dihelson:

    Incrível, incrível, incrível.

    O matuto não poderia responder de outra forma. O Juiz fez bem em ouví-lo.

    Abraços do

    Vicente Almeida

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  3. Moral da história: Poderia ter sido seu Zé no lugar da mula.
    Dihelson, gostei, quase nunca leio teus escritos, por que não os encontro, você tem perspicácia para o humor, parabéns.

    Rose

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  4. QUEM TERIA A AUDÁCIA DE RESPONDER OUTRA COISA. E JÁ PENSOU SE O JUIZ SE PRENDE APENAS AOS AUTOS E AS RESPOSTAS DIRETAS?

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