Linchamento moral, via redes sociais da internet, tornou-se já há algum tempo instrumento de ação política. Nas eleições, então, faz-se “o diabo”, como mencionou há dias, com a maior naturalidade, a presidente Dilma Roussef. Mas não apenas.
O vale-tudo não se prende a calendários: tornou-se rotina. E o grande protagonista, sem dúvida, é o PT, que dispõe da consultoria de especialistas para manter a militância mobilizada.
Coube ao partido criar um clima de comoção com a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez, crítica dos irmãos Castro, que há mais de meio século governam Cuba.
Antes, a militância deflagrara campanha nacional pelo impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e agora faz o mesmo em relação ao deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Não vem ao caso examinar o mérito (ou a ausência de) de cada qual. O que importa, para efeito desta análise, é examinar a ambiguidade do partido, uma espécie de esquizofrenia política deliberada. Renan Calheiros não seria presidente do Senado sem o apoio ativo e entusiástico do PT.
Da mesma forma, Marco Feliciano não estaria na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara sem o consentimento (e o apoio) do mesmo PT. No primeiro caso, bem mais relevante, dada a importância do Senado para a governabilidade, Renan é parceiro dos petistas desde o governo Lula.
A presidente Dilma saudou sua eleição, que lhe garante algum conforto numa Casa legislativa que lhe tem imposto alguns revezes. Lula e José Dirceu pediram votos para Renan.
Lula, Dirceu e o PT mandam os senadores votarem no Renan e, em seguida mandam a militância amestrada fazer campanha nacional pelo "impeachment" do mesmo. Durma-se com uma coisa dessas!
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