João do Sapo do Sanharol tinha uma vazante de capim de planta na Lagoa do Ronca, guardada a sete chaves, para colocar aqueles animais em estado de maior carência, nas épocas de pouco pasto.
Panqueca, a jumentinha de António Alves vivia dentro da vazante. Não havia cerca que a segurasse. João do Sapo combinou com António Alves de levar a Panqueca para a fazenda do Assaré prometendo trazer de volta no final do inverno. Na hora da partida de Panqueca, o Picoroto seguia montado no meio da cargo dos mantimentos servindo de guia. A seguir o rebanho bovino e por ultimo os vaqueiros Zé Dourado e Zuca Cunha puxando Panqueca pelo cabresto. Na passagem pela casa do António Alves, depois de observar a cena, o António metrificou:
-
Eu vou simbora, pru Assaré,
Só tenho pena de Antõe de meu tio Zé.
Cutucando com o badoque, oxente, oxente.
Pra me levar pra barreira, oxente, oxente.
-
Antõe de meu tio Zé, ou António de Zé André do Roçado Dentro costumava levar Panqueca pra barreira.
Morais
Nas decadas de 40 e 50 Antonio Alves e Antonio de Ze André do Roçado Dentro marcaram o Sanharol pelo humor irreverente. A historia não tem lá essa graça toda, mas resgata um tempo e uns personagens que deixaram uma historia de humildade, e grandes exemplos de resignação.
ResponderExcluirPor diversas vezes ouvi meu pai contar esse episódio. História muito parecida com as do saudoso Antonio Alves, casado co Dona Zefinha que fazia varanda e eu gostava de mexer nos birôs com vista a ser chamado a atenção.
ResponderExcluirMorais, você parece ter uma enciclopédia de fatos históricos de nossa comunidade Sanhorol, parabéns pela retrospectiva que me fez lembra muito meu pai.