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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 16 de março de 2010

Zapata: Um morto util? Por Enrique Ubieta

Por: Enrique Ubieta Publicado em 24 de Fevereiro de 2010 - Em MONCADA - A absoluta carência de mártires de que padece a contra-revolução cubana é proporcional a sua falta de escrúpulos. É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as de Primeiro Mundo - ninguém morre de fome, ainda que pese a carência de recursos, nem de enfermidades curáveis -, porque impera a lei e a honestidade.
As Damas de Branco e Yoani podem ser detidas e julgadas segundo as leis vigentes - em nenhum país pode violarem-se as leis: receber dinheiro e colaborar com a embaixada do Irã (um país considerado como inimigo) nos Estados Unidos, por exemplo, pode acarretar a perda de todos os direitos cidadãos naquela nação -, porém elas sabem que em Cuba ninguém desaparece, ninguém é assassinado.
Além do mais, um Zapata entregou sua vida por um ideal que prioriza a felicidade dos demais, não por um que prioriza a própria. Assim foi a lamentável morte de Orlando Zapata, um preso comum - de extenso histórico de delitos, em nada vinculado à política -, exultada intimamente por seus "parentes". Transformado, depois de muitas e vindas à prisão, em "ativista político", Zapata foi o candidato perfeito para a auto-execução. Era um homem "dispensável" para os "grupelhos" e fácil de convencer para que persistisse em uma greve de fome absurda, com pedidos impossíveis (cozinha e telefone pessoal na cela) que nenhum dos reais cabeças teve coragem de sustentar. Cada uma das greves anteriores havia sido anunciada pelos instigadores como uma provável morte, porém os grevistas sempre desistiam em bom estado de saúde. Instigado e alentado a prosseguir até a morte - esses mercenários lavam sua mãos diante da possibilidade de que se morressem, apesar do esforço incansável dos médicos -, o cadáver de Zapata é agora exibido com cinismo como troféu coletivo.
Como abutres estavam os meios de comunicações - os mercenários e a direita internacional -, rondavam em torno do moribundo. Seu falecimento é um banquete. Um asco de espetáculo. Porque aqueles que escrevem sobre ele não lastimam a morte de um ser humano - em um país sem mortes extra-judiciais -, mas a comemoram quase com alegria e a utilizam com premeditados fins políticos. O caso de Zapata me lembra o de Pánfilo: os dois foram manipulados e, de certa forma, conduzidos à auto-destruição de forma premeditada, para satisfazer necessidades políticas alheias: um, levado a uma persistente greve de fome de 85 dias (já havia realizado outras anteriormente que afetaram a sua saúde); o outro, em pleno processo de desintoxicação alcoólica, foi convidado a beber para que dissesse na frente do magistrado o que queriam ouvir.
Pergunto-me se isso não é uma acusação contra quem agora se apropria de sua "causa". Têm razão ao dizer que foi um assassinato, porém os meios de comunicação escondem o verdadeiro assassino: os grupelhos cubanos e seus mentores transnacionais. Zapata foi assassinado pela contra-revolução.
Amigo Morais, para que o blog não fique parecendo tendencioso, publique essa matéria.Um Abraço e tenha um bom domingo.
Atenciosamente:
Francisco Gonçalves de Oliveira.
(Retirado do blog La Isla desconocida)
Tradução: Maria Fernanda Magalhães Scelza ).

4 comentários:

  1. Prezado Francisco.

    Fiz a postagem como foi solicitada. Mas considero um dos maiores absurdos que li nos ultimos tempos. Não concordo em nada com o texto. Na minha visão de mundo o texto aponta para o contrario da realidade. Respeito as considerações, mas não concordo com o texto em nada. Dificilmente alguem terá argumentos convincentes para defendê-lo.

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  2. O uso político de mortos é um expediante antigo. O atentado do Riocentro, em 30/04/81, foi usado tanto pela direita, no poder naquela época, quanto pela esquerda. Aqui A Dep. Luiza Erundina soube explorar bem o episódio e se elegeu prefeita de São Paulo. Mais tarde comprovado, que tudo foi arquitetado pelos setores mais radicais do governo.

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  3. Morais:

    Parabéns pelo seu espírito democrático. Oxalá a esquerda jurássica e seus trogloditas soubessem respeitar a opinião divergente.Mas não sabem!

    Zapata passará à história como um mártir da liberdade. A greve de fome que o vitimou foi a mesma que garnatiu um lugar na história a Mahatma Ghandi.

    Já a ditadura cubana e seus sanguinários ditadores terão lugar na lata do lixo da história.

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  4. Armando Rafael.
    Comparar um bandido que morre por defender mordomias com um pacifista como Ghandi é simplesmente lamentável...

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