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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Obladi Oblada - The Beatles - Por A. Morais

Em Maio de 1969, Gilberto Pinheiro anunciava em seu serviço de som ambunlante a festa da cebola na AABB Crato. Eu e meus colegas do Colégio Estadual Zé Leite, Severiano e Anario nos preparamos durante a semana para irmos a festa.

Naqueles velhos tempos tirar uma moça pra uma dança não era das coisas mais fáceis, faltava coragem em muito caboclo, ela sempre acompanhada dos pais e irmãos, corria-se o risco de levar uma tremenda mala. Mas, a festa era da cebola, ou seja, neste tipo de baile as senhoritas é que tem a função de tirar os rapazes para dançar.

O Conjunto era o badalado “Aguias de Barbalha” talvez o melhor da época. As nossas indumentárias faziam gosto. Eu estava com uma calça de brim, boca de cino, camisa “banlon” azul celeste, gola branca, cabelos longos a moda da época, embebidos de brilhantina, costeletas e bigode, uma munganga.

Passamos primeiro no Bar do Tinga, na Quadra Bicentenário, tomamos uns três runs cada e partimos a pé para a AABB já zoruó. Anário queria por que queria pular o muro, mesmo já tendo no bolso o bilhete da entrada, ele era assim gostava de aventura, qualidade que conserva até hoje.
Quando o conjunto tocou a primeira musica, Obladi Oblada fui surpreendido com um convite para dançar.
Meirinha Brito escolheu exatamente o mais encabulado, mais feio, mais desajeitado, talvez com o receio de receber um corte. Abrimos o baile e por sorte, Meirinha era uma eximia dançarina e dançou pelos os dois. Depois daquele mico e de outros runs eu não dei mais noticias da festa. Sei que deixou saudades.

Dedicado aos amigos Anario e Raimundo Nonato Paraíba.

Por A, Morais

4 comentários:

  1. Durante a semana inteira renunciamos ao sorvete do Bantim, ao picolé do Colegio e ao filme do Educadora para economizar e juntar a grana da festa. Razão tinha ao Anario em querer pular o muro e manicar a entrada. Como é que um tempo tão bom, se esvaiu tão rapido que nem se notou? Deixou saudades sim.

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  2. Amigo A.Morais,obrigado pela lembrança. Você mais uma vez me deixa emocionado. Ouvir Obladi Oblada me faz recordar os bons tempos da nossa juventude, dos bailes da vida e dos saudosos "assustados". Quanto ao pular o muro do clube, tenho a dizer que não era diferente do acontecia no Sousa Ideal Clube, na querida de cidade de Sousa/PB.

    Lembro-me dos colegas José Leite e Severiano, que, salvo engano, são conterrâneo do Patativa.

    Fique certo que nosso reencontro foi uma das coisas boas que aconteram ultimamente. Pois com diz o Milton: amigo é coisa pra se guardar no lado esquedo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam "não".

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  3. P.S.: Envio um abraço, também, para o colega Anário, sempre espirituoso e com uma piada pronta para contar.

    Raimundo Nonato Rodrigues, o paraibano.

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  4. Prezado Nonato.

    Ze Leite era do Assaré, Severiano era de Jardim e o Anario é do mundo, oh caba bom danado.

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