"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
sexta-feira, 7 de maio de 2010
QUINTA CANCELA - 1950 a 1959 - Por Dr. Savio Pinheiro
Foi nesta jornada,
Que saiu do mato,
No anonimato,
O declamador.
Do alto da serra
Longe do erudito
Decola bonito
O bom pensador.
Em cinqüenta e quatro,
Recita os seus versos
Alguns, ainda imersos,
Na imaginação.
Na Rádio Araripe
Vem, ele, de fato
Manter bom contato
Com a população.
A Radialista
Tereza Siebra
Com senso, celebra,
Tal divulgação.
Num programa seu
Mostra O Patativa,
Que o povo cativa
E dá-lhe atenção.
O “Pau de Arara
Do Norte” mostrado
Ao ser declamado
Produz rendimento.
Já outros poemas
Foram transmitidos
E compreendidos
Naquele momento.
Em cinquenta e seis,
Um fato marcante
Ao autor, garante,
A publicação.
O José Arraes
De Alencar descobre
O quanto era nobre
Aquela canção.
De “Inspiração
Nordestina” chamou
E prefaciou
Seleção realista.
Tendo publicado
Bonita epopéia
O livro de estréia
De tão grande artista.
Quem organizou
Esta coletânea
De forma espontânea
Foi o Moacir,
Filho dedicado
De Leonardo Mota:
Autor que deu rota
Pro artista existir.
Neste mesmo ano,
Com muita decência
E coincidência
Faz-se grande prosa.
O “Grande Sertão:
Veredas”, escrito,
Faz-se erudito
Por Guimarães Rosa.
O Miguel Arraes,
Gestor de Recife,
Deu-lhe de boa grife
Peça de valor.
Com bela viola
Fez raro presente
Deixando contente
O bom cantador.
O grande poeta,
De rara memória,
Constrói a sua história
Muito natural.
Criando os seus versos
Durante o trabalho
Faz, na mente, um atalho
Sobrenatural.
Dr. Jose Savio Pinheiro
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Amanhã a sexta Cancela.
ResponderExcluirMundim do Vale disse:
ResponderExcluirNão quero fugir da rima e da metrica
Mas Savio Pinheiro impôs desafio
Não vou pelo mar, mas vou pelo rio
O que interessa é a arte poetica
Eu adoto a rima e desprezo a etica
Viajando a galope por este torrão
Lembrando o poeta maior do sertão
Que rimou na chegada e rimou na saida
Da hora do parto a Triste Partida
Cantou Patativa por libertação.
luiz Gonzaga adaptou a Triste Partida e fez três modificações n aletra.
ResponderExcluirNão é por acaso que esse "dotô" tá na Academia Brasileira de Cordel.....
ResponderExcluirBeijos de parabéns Zé Sávio por tão lindas "cancelas".
A Estrada da minha Vida
ResponderExcluirPatativa
Trilhei na infância querida,
conquista d emil primores,
a estrada de minha vida,
ornamentada de flores,
e que linda estrada aquela!
sempre havia ao lado dela
encanto, paz e beleza;
desde a terra ao grande espaço
em tudo eu mostrava um traço
do pincel da natureza.
Viajei d e passo lento,
pisando rosas e relvas
ouvindo a cada momento
gemer o vento na selva;
colibri e borboletas
dos ramos das violetas
vinham render-me homenagem
e do cajueiro frondoso,
o sabiá sonoroso
saudava a minha passagem.