Eu ainda sou daquele tempo em que andávamos nas velhas “Sopas do Anselmo” pela poeirenta estrada velha do Crato ao Juazeiro. Época em que os mais jovens, quando sentados nos ônibus ou lotações, se levantavam para oferecer o lugar aos mais velhos ou às mulheres. A não observância desse princípio de boa educação era tida como uma grande indelicadeza. Depois, estudando em Salvador, observei uma transição. Em vez de cederem o lugar para senhoras e idosos, os jovens pediam apenas para segurar os embrulhos dos mais velhos e senhoras. O que convenhamos, já era alguma coisa se comparada ao procedimento dos jovens de hoje.
Atualmente, quando estou em Crato, e me desloco de ônibus do São José ao centro da cidade, não vejo os jovens oferecerem seus lugares aos mais velhos, como eu fazia, então. Talvez seja porque meus cabelos teimam em permanecerem castanhos escuros. Graças a isso, conforto-me pensando ser ainda uma criança. Aliás, a cada visita ao Crato, sinto que retorno um pouquinho mais jovem.
Outro dia, numa calçada, vi duas senhoras conversando enquanto caminhavam. Uma delas aparentava mais de 70 anos. Como eu caminhava um pouquinho atrás, sem querer escutei a conversa. A mais velha mostrava-se indignada pelo fato dos jovens não respeitarem os mais velhos. E contava à amiga que, juntamente com o irmão que tem mais de 85 anos, estavam no terminal de ônibus da Praça da Estação, para seguirem até a Parangaba. Quando o ônibus chegou, um grupo de estudantes do Liceu furou a fila e tomou a frente dela e do seu irmão, ocupando todos os assentos do ônibus, sem nenhuma preocupação com o coitado do velhinho, que ia em pé se lastimando das dores nas pernas e na coluna. A essa altura, pedindo desculpas às duas idosas me intrometi na conversa delas:
– O seu irmão deveria ter feito como fez Quintino Cunha há mais de sessenta anos – Disse-lhe eu.
– E o que foi que ele fez? – Indagou a velhinha. Então eu respondi:
– Ele entrou num ônibus lotado e ninguém lhe ofereceu o lugar. Chegou perto de uma mocinha que estava despreocupadamente sentada no banco da frente e lhe disse:
– “Moça, eu vou me sentar no seu colo!”
– “Com essa carinha?” – Indagou a jovem.
– “Não, com a minha bundinha!” Completou o genial Quintino Cunha
As duas senhoras esboçaram um risinho tímido e antes que dissessem qualquer coisa comigo, apressei meu passo e segui em frente. De longe olhei para trás e elas sorriram para mim.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Atualmente, quando estou em Crato, e me desloco de ônibus do São José ao centro da cidade, não vejo os jovens oferecerem seus lugares aos mais velhos, como eu fazia, então. Talvez seja porque meus cabelos teimam em permanecerem castanhos escuros. Graças a isso, conforto-me pensando ser ainda uma criança. Aliás, a cada visita ao Crato, sinto que retorno um pouquinho mais jovem.
Outro dia, numa calçada, vi duas senhoras conversando enquanto caminhavam. Uma delas aparentava mais de 70 anos. Como eu caminhava um pouquinho atrás, sem querer escutei a conversa. A mais velha mostrava-se indignada pelo fato dos jovens não respeitarem os mais velhos. E contava à amiga que, juntamente com o irmão que tem mais de 85 anos, estavam no terminal de ônibus da Praça da Estação, para seguirem até a Parangaba. Quando o ônibus chegou, um grupo de estudantes do Liceu furou a fila e tomou a frente dela e do seu irmão, ocupando todos os assentos do ônibus, sem nenhuma preocupação com o coitado do velhinho, que ia em pé se lastimando das dores nas pernas e na coluna. A essa altura, pedindo desculpas às duas idosas me intrometi na conversa delas:
– O seu irmão deveria ter feito como fez Quintino Cunha há mais de sessenta anos – Disse-lhe eu.
– E o que foi que ele fez? – Indagou a velhinha. Então eu respondi:
– Ele entrou num ônibus lotado e ninguém lhe ofereceu o lugar. Chegou perto de uma mocinha que estava despreocupadamente sentada no banco da frente e lhe disse:
– “Moça, eu vou me sentar no seu colo!”
– “Com essa carinha?” – Indagou a jovem.
– “Não, com a minha bundinha!” Completou o genial Quintino Cunha
As duas senhoras esboçaram um risinho tímido e antes que dissessem qualquer coisa comigo, apressei meu passo e segui em frente. De longe olhei para trás e elas sorriram para mim.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Carlos.
ResponderExcluirManuel Cachacinha era um bebado da Rajalegue bem cheio de proezas. Certa vez ele pegou o onibus da Rapido Crateus e viajou para o Crato. Quando embarcou já estava truviscado.
Procedente de Iguatu o onibus conduzia um casal cujo marido era militar. O Manuel fez um movimento brusco e sem querer soltou aquele PUM.
Menino o militar se ofendeu,se levantou da poltrona, aberturou Manuel,e, disse: Vou lhe dar umas boas bordoadas cabra safado, como é que voce peida na frente de minha esposa? Manuel já quese sem respirar ainda conseguiu falar: "adisculpe sem sordado, é que eu não sabia que era a vez dela"!
Prezado Morais
ResponderExcluirPense numa garagalhada mais gostosa que se pode soltar. Foi a que você me fez dar contando essa historinha do Mané Cachacinha. Lavou minha alma.
Obrigado e abraços!