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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Amanhã é 7 de setembro...lembra-se? -- por Armando Lopes Rafael


A foto acima foi feita num dia 7 de setembro, nos anos 60 (que o imaginário popular conserva como os “anos dourados”). Naquela época, no dia 7 de setembro, o Crato era uma festa. Na foto acima, o desfile escolar ao longo da Avenida Duque de Caxias, que recebia desde o Tiro de Guerra (TG 205), Grupo de Escoteiros, Colégios, Ginásios e Grupos Escolares cratenses. E a população entupia as ruas para participar da festa cívica.


Caro leitor:
Abandone por um momento a leitura do texto e contemple, mais uma vez, detidamente, a foto acima. À esquerda está o Colégio Diocesano, ao fundo a antiga Cadeia Pública, anexa ao prédio da antiga Prefeitura Municipal. Nas calçadas, incontável multidão...

O Dia da Independência era uma festa coletiva. Naquela manhã, sempre ensolarada, ao som de tambores, taróis e cornetas ainda desfilavam os chamados carros alegóricos, uma atração à parte. Cada colégio tinha sua baliza – cuja escolha sempre recaía numa bela jovem – que garbosamente, desfilava a frente dos pelotões. Na decoração das ruas predominava as cores verde-amarelas. Tudo feito de forma espontânea pelos educandários e as camadas da população.

Amanhã é 7 de setembro, mas o cenário mudou...

O amor à Pátria é um estado de espírito que já não existe mais entre nós. Aquele sentimento era fruto das tradições e do respeito que tínhamos por nossa história. Desapareceu a mentalidade cívica dos tempos passados! Nos dias atuais, quando muito, no Dia da Pátria, quando muito, ganha destaque o “grito dos excluídos”, (foto ao lado) uma demagogia patrocinada por agremiações político-partidárias. Ao invés da beleza de outrora temos agora uma alegoria feia, com esses falsos excluídos – alguns alcoolizados – gritando palavras de ordem. Nos dias atuais só sabemos que é o Dia da Pátria quando à noite ligamos a televisão e vemos que houve desfile das Forças Armadas em Brasília. Das antigas comemorações, o povo ainda celebra seus santos padroeiros e o São João. Menos mal. E de quatro em quatro anos a maioria ainda exibe bandeiras do Brasil para torcer por nosso selecionado na Copa do Mundo de Futebol...

3 comentários:

  1. Prezado Armando Rafael.

    Esta foto nos traz muita saudade. Especialmente da conciencia de dever civico de nossos mestres a epoca. Hoje, o civismo foi substituido pela esperteza, o amor a patria deu lugar ao levar vantagem, a moral e a etica foram-se pelo ralo. Triste.

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  2. Morais:
    Há muito não vemos uma manifestação pública de civismo. Tirante os jogos da seleção em Copa do Mundo, só se vê a bandeira do Brasil hasteada em agências bancárias.
    Vai ver que os banqueiros têm razão: “nunca antes na história deste país” eles ganharam tanto dinheiro...
    Afora esses breves lampejos, não é muito comum falar-se do Brasil como uma nação, a nação dos brasileiros. Parece que a nação brasileira anda meio esquecida. Fala-se tanto em quebra de sigilo dos contribuintes, “mensalão”, “aloprados”, corrupção, assaltos, violência...
    Mas de coisas boas quase nada se fala.
    E mesmo assim o povo parece conformado...
    “Vida de gado!
    Povo marcado e povo feliz”...

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  3. Caro Armando,

    Você foi muito feliz no comentário. Morei na cidade do Crato no fim dos anos sessenta e pude confirmar o que diz, com muita propriedade, o amigo Antonio Morais. O 7 de sembro era um dia de festa para os estudantes da Nação. Como integrante do Exército Brasileiro tive a oportunidade de participar das comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil, carregando pelas ruas da cidade de Sousa/PB, o fogo simbólico da Pátria, fato que marcou para sempre a minha vida.

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