Umas das desculpas mais esfarrapadas que, se costuma dar quando não se deseja realizar alguma tarefa, principalmente por falta de interesse é “não tenho tempo.” Como se o tempo fosse uma propriedade nossa ou um vilão a comandar nossa vontade. Alguns dizem que o tempo não existe. Se assim fosse teríamos que inventá-lo. Aliás, eu acredito que o tempo, assim como a Geometria realmente não existiam na terra em formação, sem seres vivos. Foi uma criação do homem. Se com o conhecimento geométrico edificamos o mundo como hoje o conhecemos, com o tempo movimentamos nossas vidas. O tempo é uma grandeza física referencial na quantificação do movimento. Mas o tempo varia de acordo com a percepção sensorial de cada pessoa. Quando crianças, o ano letivo demorava muito a passar. Já as férias de fim de ano esvaiam-se em um piscar de olhos. Depressa o tempo voltava a se arrastar, como um carro de boi carregado de cana de açúcar subindo uma ladeira.
À medida que vamos envelhecendo a nossa percepção de tempo muda e, este nos parece passar mais rapidamente. Recentemente soube por notícias, que o tempo não está mais rápido, o que alterou foi o movimento da terra em torno do sol, e o deste, arrastando a terra em sua viagem ao infinito. E é isto que nos dá a idéia dessa rapidez. Será? Por via das dúvidas, o sol poente do mês de julho que incidia na janela do meu quarto formando um ângulo reto há dez anos, projeta agora uma sombra com ligeira inclinação.
Há pessoas que dependem do tempo. Entre elas o relojoeiro. Mas não há um meio onde o tempo seja mais precioso do que na televisão. Um minuto de anúncio comercial custa uma fortuna. Aliás, em um minuto a televisão nos castiga com quatro propagandas, a maioria delas um “saco.” Um exemplo mais ilustrativo da eternidade de um minuto para a televisão, eu ouvi do saudoso dom Helder Câmara. Segundo ele, diretores da Rede Globo o convidaram para uma entrevista em sua sede no Rio de Janeiro. Pagaram suas passagens na primeira classe de um vôo internacional que fazia escala em Recife, hospedaram-no no melhor cinco estrelas da Barra da Tijuca, com mordomias que jamais o despojado Dom Hélder fora tratado. No dia seguinte, quando Dom Hélder chegou à estação da Globo, conduziram-no à sala de maquiagem. Antes de entrar no estúdio o diretor de jornalismo lhe avisou: “o senhor terá dois minutos para expor todo o conteúdo da sua mensagem.” Diante desse aviso Dom Hélder reagiu: “Mas meu amigo, vocês me trouxeram do Recife, gastaram um fábula com passagens aéreas, pagaram minha hospedagem num hotel caríssimo, com transporte à minha disposição aqui na cidade, tudo isso para eu falar apenas dois minutos?” – “Mas Dom Hélder são cento e vinte segundos!” – Valorizou o diretor da Rede Globo.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
À medida que vamos envelhecendo a nossa percepção de tempo muda e, este nos parece passar mais rapidamente. Recentemente soube por notícias, que o tempo não está mais rápido, o que alterou foi o movimento da terra em torno do sol, e o deste, arrastando a terra em sua viagem ao infinito. E é isto que nos dá a idéia dessa rapidez. Será? Por via das dúvidas, o sol poente do mês de julho que incidia na janela do meu quarto formando um ângulo reto há dez anos, projeta agora uma sombra com ligeira inclinação.
Há pessoas que dependem do tempo. Entre elas o relojoeiro. Mas não há um meio onde o tempo seja mais precioso do que na televisão. Um minuto de anúncio comercial custa uma fortuna. Aliás, em um minuto a televisão nos castiga com quatro propagandas, a maioria delas um “saco.” Um exemplo mais ilustrativo da eternidade de um minuto para a televisão, eu ouvi do saudoso dom Helder Câmara. Segundo ele, diretores da Rede Globo o convidaram para uma entrevista em sua sede no Rio de Janeiro. Pagaram suas passagens na primeira classe de um vôo internacional que fazia escala em Recife, hospedaram-no no melhor cinco estrelas da Barra da Tijuca, com mordomias que jamais o despojado Dom Hélder fora tratado. No dia seguinte, quando Dom Hélder chegou à estação da Globo, conduziram-no à sala de maquiagem. Antes de entrar no estúdio o diretor de jornalismo lhe avisou: “o senhor terá dois minutos para expor todo o conteúdo da sua mensagem.” Diante desse aviso Dom Hélder reagiu: “Mas meu amigo, vocês me trouxeram do Recife, gastaram um fábula com passagens aéreas, pagaram minha hospedagem num hotel caríssimo, com transporte à minha disposição aqui na cidade, tudo isso para eu falar apenas dois minutos?” – “Mas Dom Hélder são cento e vinte segundos!” – Valorizou o diretor da Rede Globo.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Carlos Esmeraldo.
ResponderExcluirQuanto deverá ser investido naquela turma toda do "Zorra Total" pra fazer besteiras durante todo aquele horario nobre?
Caro Morais
ResponderExcluirParece mesmo que aquele pessoal da Globo acredita piamente que nós, os míseros telespectadores somos seres abestalhados. Colocam todo tipo de porcaria. Essa tal de "Zorra Total" não ligo, assim como "Big Boster Brazil" onde um bando de idiotas fica conversando lorotas. E a TV acha de noticiar e propagar essas bobagens como se fosse a coisa mais importante do mundo. Agora um homem como Dom Hélder transmitir sua mensagem em apenas míseros dois minutos e o cara achar que é uma eternidade de 120 segundos, pelo amor de Deus...
Um abraço para você e todos os amigos do Sanharol.
CONCORDO PLENAMENTE; E NAO SOMENTE A GLOBO; AS VARIAS REDES DE TV SEGUEM NO MESMO ESTILO. DIGA-SE DE PASSAGENS OS HUMORISTAS NATOS QUANDO CHEGAM LÁ RECEBEM UMA ROUPAGEM DE QUEM NAO ENTENDEM NADA DO QUE É HUMOR E PARA SATISFAZER A ESSES; SEPULTAM O QUE HÁ DE MELHOR. LEMBREM TOM OLIVEIRA ANTES E DEPOIS DA TV, SÓ PRA SERVIR DE EXEMPLO.
ResponderExcluirCaro Cláudio Sousa
ResponderExcluirExcelente complementação para o texto. Um grande abraço!
Morais, Carlos Esmeraldo,
ResponderExcluirA Rede Globo usa todo o seu horário nobre no mais cara-de-pau besteirol, jamais visto. Alguma programação de qualidade só existe na calada da noite para cumprir a meta de utilidades. Todavia, trinta segundos com Dom Hélder Câmara superaria todo o "Big Boster Brazil".
Caro Sávio
ResponderExcluirVocê tem toda razão. 30 segundos com Dom Helder valeria por toda a programação da Globo. Um grande abraço.
Carlos Esmeraldo,
ResponderExcluirCom certeza a leitura do seu livro tem me proporcionado momentos de alegria e também de saudades. Lembro as histórias do meu pai que também ficaram famosas em Várzea Alegre.Obrigada pela atenção. Abraço Fafá Bitu