Após o golpe militar de 15 de novembro de 1889 – que nos impôs, sem consulta ao povo, o regime republicano – foi criada uma nova bandeira para o Brasil. Esta, se constituía numa imitação barata da norte-americana. Era composta de listas horizontais verdes e amarelas, e um quadrado azul – na parte esquerda de cima – com estrelas brancas a representar os Estados, antigas Províncias. (veja ao lado a primeira bandeira republicana que só durou 4 dias, de 15 a 19 de novembro de 1889).
A reação à nova bandeira republicana foi tão negativa junto à população do Rio de Janeiro, que as novas autoridades republicanas, após quatro dias, voltaram atrás. Resolveram manter a bandeira do Brasil Monárquico, substituindo apenas o belíssimo escudo imperial por uma esfera azul, cortada com a frase positivista Ordem e Progresso.
Vale o registro: a bandeira do Brasil Império foi criada por inspiração do Imperador Dom Pedro I. Este escolheu o verde (cor da Casa Real dos Bragança) e o amarelo (cor da Casa dos Habsburgo, da Imperatriz Leopoldina). Coube ao pintor Debret fazer o desenho da bela bandeira verde-ouro, que continua a ser o nosso maior símbolo pátrio, apesar das modificações republicanas, acima citadas. (veja a Bandeira do Império ao lado)
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Dos atuais pavilhões dos estados brasileiros, o único a lembrar a Bandeira da Monarquia é o do Ceará. A bandeira do Ceará surgiu assim: o comerciante fortalezense João Tibúrcio Albano tinha por hábito – no início do século passado – hastear, nas datas importantes, a bandeira do Maranhão, terra da sua esposa. Como cearense João Tibúrcio Albano ficava frustrado, pois seu torrão natal ainda não possuía uma bandeira oficial. Um dia, teve a ideia de adaptar as armas (escudo oficial) do Ceará numa bandeira brasileira. Para tanto, mudou a cor da esfera. Tirou o azul com estrelas do pavilhão brasileiro e substituindo-o pela cor branca. (veja a Bandeira do Ceará ao lado)
Consta no Anuário do Ceará: “por muito tempo a bandeira idealizada por João Tibúrcio Albano serviu de modelo a muitas outras que tremularam nas sacadas dos nossos educandários. Só em 1922 o Presidente Justiniano de Serpa assinava decreto instituindo o pavilhão cearense, determinando fosse este formado do retângulo verde e o losango amarelo da bandeira nacional, tendo ao centro um circulo branco em meio do qual deveria situar-se o escudo do Ceará”. Em 1967 o Governador Plácido Castelo assinou a Lei 8.889 que definia a composição da bandeira do Ceará.
A história do Estado tem desses fatos interessantes!
Como o da Consagração do Ceará ao Sagrado Coração de Jesus, feita por iniciativa do nosso primeiro bispo, Dom Luiz Antônio dos Santos, com anuência das mais altas autoridades civis e militares da então Província, em 15 de setembro de 1878. Talvez por isso, apesar da insânia e violência dos dias atuais, o Ceará – terra de gente religiosa e pacífica – continua a trilhar os caminhos da civilização cristã.
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael
Armando,
ResponderExcluirO estudo da história funciona como um espelho em que nos vemos no passado fazendo projeções para o futuro.
Um grande abraço.
Sávio:
ResponderExcluirInteressantíssima definição da finalidade do ensino de história...
Armando,
ResponderExcluirAgora, que eu estou observando. Ficou, mesmo, interessante! Como é dinâmica essa interação virtual...