Na cidade de Petrolina, Chudu improvisava com seu valoroso colega, quando o Dr. Varela pagou, com um cheque, aquele bonito baião. Chudu referindo-se ao meio do pagamento utilizado pelo doutor, terminou com esse gracejo:
Nós recebemos um vale,
Vindo das mãos de Varela:
Se o vale não tiver fundo,
É igual a uma tigela,
Que os dois não tendo fundo,
Não vale ele nem ela.
Chudu com um determinado companheiro falavam sobe as coisas do sertão. O colega falou do comportamento do touro diante de um perigo:
O touro fica de guarda,
Só rodeando a mlhada:
Chudu sem sair do assunto da vida campesina, mostra esse quadro de exaltação ao amor maternal:
Uma novilha amojada
Ao se apartar do rebanho,
Quando volota é com uma cria
Que é quase do seu tamanho,
Ela é quem lambe o bezerro
Por não saber lhe dar banho.
Dando proseguimento ao tema, o companheiro fala do porte avantajado dos animais de sua terra:
Não exagero o tamanho
Dos bichos do meu sertão;
Existe, lá, cada bode
Maior do que um caminhão,
Que o chifre encosta nas nuvens
E a barba arrasta no chão.
Chudu exalta sem muito exagero, o produto que sua terra cria:
Carneiro no meu sertão,
Na hora que a orelha esquenta:
Dá marrada em baraúna,
Que a casca fica cinzenta...
E sente um gosto de sangue
Chegar-lhe à panta da venta!
Quando enfrentava o nobre Geraldo Amâncio, foi dado o palpitante mote:
QUEM PERDEU MÃE TEM RAZÃO
DE CHORAR PORQUE PERDEU,
Da verve prodigiosa de Chudu, foi tirado um dos quadros mais belos:
Minha mãe que me deu papa,
Deu-me chupeta e consolo,
Deu-me leite e deu-me bolo,
Doce, bolacha e garapa:
Certo dia deu-me um tapa,
Mas depois se arrependeu...
Deu um beijo onde bateu,
Esquecendo a ingratidão:
QUEM PERDEU MÃE TEM RAZÃO
DE CHORAR PORQUE PERDEU!
Dedicado aos poetas e poetisas do Blog do Sanharol.
Quando teve de arribar do Crato por causa da seca, de cima de um pau-de-arara declamou estes versos:
ResponderExcluirAdeus cidade do Crato!
Quereres da minha vida!
Levo saudade d eti,
Rapadura e rapariga.
Quando chove no sertão
Já chove no Cariri,
Havendo muito feijão,
Na serra muito pequi.
Se eu longe não me acabar
Te juro por Zé De Mato:
Que ainda hei d ete ver,
Minha cidade do Crato!
Quando a cana apenduar,
Quando o arroz fulorá,
Quando o milho der espiga,
Eu volto prá esta fartura,
Prá mexer rapadura
E mexer com as rapariga!
Do poeta Zé de Matos, de Barbalha, mas apaixonado pelo Crato.
ResponderExcluirô povo bom de rima !!! Parabéns!
ResponderExcluirAbraço,
Claude
EXCELENTES OS REGISTROS DO MUNDIM E DO GEOVANNE.
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