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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 15 de abril de 2012

De volta ao passado - Por Antonio Morais

Os André costumavam fazer este percurso a pé. 36 léguas ou 216 quilômetros. É essa a distancia que separa o Sanharol em Várzea-Alegre, da Lagoa dos Currais em Arneiroz. 

Por volta de 1850 muitos casamentos se deram entre  pessoas de Várzea-Alegre e familiares de Arneiroz.  O primeiro deles talvez tenha sido  José Raimundo Duarte, o conhecido José Raimundo do Sanharol, filho de Papai Raimundo - com Antônia de Morais Rego, filha de Gabriel de Morais Rego e Mãe Dona da fazenda Timbaúba em Arneiroz. Depois, cinco filhos do primeiro casamento do José Raimundo se casaram com filhos de Manuel Alves de Morais Feitosa, o conhecido Manuelzinho do Pita. Sempre houve uma ligação  de sangue e amizade entre os povos das duas cidades.

Já no seculo passado, outros varzealegrenses se casaram com  parentes de Arneiroz. O meu avô João Alves Bezerra, João André foi um deles, casou-se com Conceição, filha de José de Morais Feitosa. Depois do casamento  mudou-se para fazenda Lagoa dos Currais, onde constituiu uma numerosa família e viveu até ir embora para cidade de Marechal Cândido Rondon,  no Paraná. Outros filhos de José de Morais Feitosa também se casaram com varzealegrenses: Mariana com José Bilé e Antônio  com Raimunda Bilé.

A Fazenda viveu o seu apogeu nas décadas de 40 e 50 do século passado. Grande produção de algodão, criação de ovinos, caprinos e gado. Arneiroz era conhecido como a cidade que produzia o melhor queijo de coalho  do Ceará. 

Este ultimo final de semana,  visitamos aquela  que  nada mais resta alem das lembranças e saudades. Só o chalé ainda com seu charme e, a terra limpa, ressequida, nua, sem nenhuma utilização ou produção. Sinais do abandono. Fizemos o percurso em 3 horas, diferentemente dos três dias a cavalo ou  6 dias a pé como antigamente. 

Mas, um dia  quando diziam que o Inhamuns era longe alguem falou: André Menezes faz a viagem em quatro horas em seu carro, então Pedro do Garrote  encerrou o assunto  dizendo: mesmo que ele  faça o percurso em uma hora:  é longe. Pedro tinha razão. Visitamos a fazenda Timbaúba, local onde viveram  Gabriel de Morais Rego e Mãe Dona, pais de Antônia de Morais Rego, segunda mulher do José Raimundo do Sanharol. No local onde existia a casa da fazenda só resta os torrões e marcas de cacos de telhas.

7 comentários:

  1. A primeira vez que fui a Lagoa dos Currais foi em 1954 de avião. Calma, avião era um jumento que o meu pai possuia, a caravana composta por minha mãe, pelo meu tio e avô em montarias de cavalos e avião com a carga de caçuás com os mantementos, as redes, lenções, roupas e merendas e eu bem sentadinho no meio.

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  2. Essa nova sistemática de comentar ficou excelente. Não corremos o risco de comentar o tema de uma postagem no espaço de outra.

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    Ficou ótimo.

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  3. Morais,

    bom relato e ótima história do passado.Isso é muito bom pra os mais novos ficarem sabendo sobre as suas origens.Bom mesmo

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  4. Morais,
    Adorei seu relato, principalmente porque mexe com as nossas origens. Minha bisavó paterna (Clara) era do Pita, filha de Manelzinho Feitosa, do Pita.Aliás gostaria que você relatasse para o público como se deu o casamento do meu bisavô Manuel Leandro.
    Estes relatos são importantes para o deleite daqueles que não ocnhecem a história das nossas famílias.
    Só queria te corrigir em duas coisas: filhos de Zé Raimundo com os de manuelzinho do Pita que eu saiba foram quatro e não cinco ( três irmãos e uma irmâ do Sanharol com três irmãs e um irmão de lá do Pita. E aoutra é que tio João André era tio do teu pai e não avô. Desculpe se eu estiver errado.

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  5. Quanto ao novo sistema a princípio estranhei, mas adorei a novidade.

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  6. Geovane.

    Vamos aos casamentos do pessoal do Sanharol com o do Pita:

    João Alves de Menezes - Ana de Manuelzinho do Pita.
    Viturino Alves de Menezes - Josefa de Manuelzinho do Pita.
    Tereza Anacleta Menezes - Joaquim de Manuelzinho do Pita
    Ana Alves de Morais - Antonio de Manuelzinho do Pita.
    Manuel Leandro Bezerra - Clara de Manuelzinho do Pita.

    A Historia do Casamento de Manuel Leandro Bezerra contarei no próximo "Blog em prosa".

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  7. OK. Morais,
    Eu não sabia deste Joaquim. As minhas fontes são dois livros, que pelo jeito estão equivocados, abraços!

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