Limeira reencarnou - Final - Mundim do Vale.

Disse que foi Chico Bento
Quem descobriu o Brasil
Chegou aqui num jumento
Dia primeiro de abril.
Assim que desapeou
Vasco da Gama chegou
Trazendo Collor de Melo.
Depois Chico entrou no mato
E viu Monteiro Lobato
Com o pica-pau amarelo.

Disse que foi Genuíno
Quem derrubou a bastilha
E que Jessiê Quirino
Foi barbeiro de Servilha.
Disse que em Juazeiro
Viu Antônio Conselheiro
Com Padim  Ciço Romão.
Que na guerra de Canudo
Acabou-se quase tudo
Só ficou o caldeirão.

Disse que no Ceará
Viu Antero de Quental
Ajeitando um abadá
Para dançar no Fortal.
Disse que no Cariri
Comeu feijão com piqui
Depois brigou com a freira.
Que Deus veio socorrer
Disse: - Ninguém vai mexer
 Com meu poeta Limeira.

Disse que Barak Obama
De africano nada tem
Que é primo de Hosama
E sobrinho de Hussen.
Que Barak no Icó
Cismou de dançar forró
Com a Bárbara de Alencar.
Como Bárbara disse não
Ele arrastou um facão
E fez o forró parar.

Disse que em Itatira
A cachaça é muito boa
Que Mocinha de Passira
Foi quem matou João Pessoa.
Que tomou banho em Orós
Com a Rachel de Queirós
E Dimas o bom ladrão.
Que arranjou com Louro Branco
Chapéu, gravata e tamanco
Pra rezar em Conceição.

Disse que chegou no Horto
Pra subir até o fim
Mas o caminho era torto
Não deu pra ver meu Padim.
De lá foi para o Ipu
Avistou um índio nu
Comendo uma tapioca.
Correu até Tianguá
Voltou para Quixadá
Pra ver a galinha choca.

Eu não pretendo jurar
Que era o vate do Teixeira
Mas aquele linguajar
Só quem tinha era Limeira.
Dizer que Frei Damião
Aberturou Lampião
Só pode ser fantasia.
Dizer que Osvaldo Cruz
Engasgou-se com cuscuz
SÓ  ZÉ  LIMEIRA  DIZIA.

                       
Mundim do Vale
                     
V. Alegre-Ceará