Desmoralização institucional do Congresso.
Não há desserviço pior para a democracia que a desmoralização de suas instituições. A CPI, que, no passado recente, serviu de instrumento para o impeachment de um presidente da República e para a cassação de parlamentares corruptos, é hoje palco de espetáculos políticos.
A política do espetáculo não passa disto: um jogo de cena, em que nada é para valer, mas que transmite ao espectador desinformado – a maioria - a ideia de que algo de importante está em jogo, sobretudo quando não está.
Esta semana, a CPI do Cachoeira, depois de resistir durante seguidas sessões em convocar o presidente da Delta, Fernando Cavendish, detentor da maioria das obras do PAC e suspeito (vá lá) de estar atrelado ao esquema do contraventor, decidiu intimá-lo. Aparentemente, um gesto de rigor e isenção.
No duro, porém, um engodo. Outro. No mesmo dia em que a CPI aprovou a convocação de Cavendish, adotou, paralelamente, uma regrinha que autoriza o depoente que não quiser falar – e dispuser para tanto do aval do Supremo Tribunal Federal - a se retirar do recinto sem ser incomodado por ninguém.
Ou seja, Cavendish, que apelará à mesma regra que permitiu que Cachoeira zombasse em silêncio da CPI, será poupado de ouvir impropérios e perguntas incômodas.
Dos três governadores implicados o Sergio Cabral do PMDB não foi convocado, Agnelo Queiroz do PT foi aplaudido no plenario da CPI e o Marconni Perilo do PSDB paga a conta sozinho.
ResponderExcluirQuanto aos parlamentares o Senador Demóstenes é a Bola da vez. Na Câmara não houve nenhum movimento para ouvir os deputados de varios partidos enrolados no caso. o Rubens Otoni do PT, que conversa em video com o Cachoeira recebendo 100 mil e sendo aconselhado a não declarar a origem, nem se fala nele. É aquela velha máxima: sendo do PT ou do PMDB pode tudo. É a patria amada de Lula e Sarney.