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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 5 de agosto de 2012

SEXTA DE TEXTOS - Sávio Pinheiro


No início dos anos 80 do século passado, um amigo do Dr. Francisco Idílio do Nascimento, ex- prefeito de Cedro Pernambuco, foi até a cidade de Serrita, no mesmo estado, vender um porco que o havia morto para fazer a feira semanal, fato corriqueiro entre os pequenos criadores.

Após a venda bem sucedida do animal, o homem foi até um café, em frente ao açougue, para a sua tradicional merenda matinal, já que a fome era devastadora. Pediu um pedaço de bolo com café e iniciou o seu desjejum.

Um poema, inspirado em “No Meio do Caminho” do poeta Carlos Drummond de Andrade conta em detalhes a cena verídica que se segue.

Ô BOLO BOM

Em cima da mesa houve um bolo bom
Houve um bolo bom em cima da mesa
Houve um bolo
Em cima da mesa houve um bolo bom

Ô bolo bom, ô bolo bom!
Que bolo!
Mas, que bolo, bolo!
Ô bolo!
Que bolo bom!

Jamais me esquecerei desse desjejum
Na ânsia de meu estômago tão faminto.
Jamais me esquecerei desse bolo tão bom
Desse bolo
Houve um bolo nesse tempo tão bom
Nesse tempo tão bom houve um bolo

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