TRANSPORTE ELEITOREIRO.
Na campanha eleitoral de Várzea Alegre em que foram candidatos; Dr. Hamilton Correia e Lourival Frutuoso, o Sr. José Carvalho, disponibilizou duas Brasílias novas para trabalharem na campanha em favor do Sr. Hamilton Correia
Os veículos foram entregues aos cuidados do Senhor João Pimpim.
Nosso conterrâneo Chico Barros era o condutor de uma das Brasílias. No quente da campanha chegou um eleitor que morava no distrito de Ibicatu, pedindo uma das Brasílias para levar somente ele até sua casa.
A distância e as estradas ruins eram um forte argumento para convencer aquele eleitor que o seu pedido era completamente impossível, depois de várias respostas negativas, o eleitor recorreu a Chico Barros. Chico querendo ser atencioso, foi até João pimpim e com muita conversa, conseguiu a liberação.
Partiram os dois no começo da tarde, quando chegava à noite eles chegavam ao distrito. Quando faltava em torno de 500 metros para a casa do eleitor Chico Barros falou:
- Meu amigo. Eu acho que é bom eu voltar daqui, já tá ficando tarde, a estrada é muito ruim e esse carro é novo.
- Qui cunveça é essa? O ome mandou me deixar foi im casa? Ou foi no mei da istrada?Mas você há de entender que é uma extravagância muito grande para o carro.
Mas carro foi feito foi pra rodar mermo.
- Tá bom eu vou devagarinho, pra ver se dar certo.
Quando chegavam em frente a casa do eleitor ele gritou:
- Isabarre o carro ! Tá alí a minha casa.
No pé da calçada tina uma vala e Chico com cuidado parou a seis metros na frente. O passageiro não gostou e foi logo dizendo:
- Ei ! Você vai me deixar im casa ou vai me levar pru Santo Ontõe do Quixará?- É porque tem uma vala no pé da calçada e pode quebrar o carro.
- Mais eu quero qui pare o carro é no pé da minha porta. Ontonse eu vou votar im Lourival.
Chico Barros com muito cuidado engatou uma ré e encostou em frente a porta. Naquele momento Chico foi se despedindo dizendo:
- Até outro dia !O passageiro gritou:
- Não Sinhor isbarre aí.
O elemento tirou de uma sacola plástica, uma quarta de toucinho, pendurado por uma palha de carnaúba e subiu a calçada dizendo:
- Pera aí.Bateu na porta que já estava fechada e saiu a sua esposa com cara de zangada.
Ele ignorando a raiva da mulher, entregou toucinho e falou:
- Taí muié ! Esse toicim eu truve pra mistura do almoço de amanhã.
Desceu a calçada, entrou no carro e falou:
- Ramo, Chico. Eu vou tornar pra rua.
Chico voltou revoltado com aquela situação e fez a viajem de volta todo tempo pensando:
- Mas menino, Deus tem muito morador sem futuro. Eu fiz essa viajem desse tamanho, numa estrada ruim dessa, só para vir deixar uma quarta de toucinho.
Fontes: Antônio Morais e Bom Bibí.
Depois da eleição o prestigio do eleitor chega a ser zero. Porém, antes ele abusa.
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