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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

ZEFELIPE - POR ANTONIO MORAIS


ZEFELIPE

Certa vez, parou no Icó, para tomar um cafezinho. enquanto enchia o boteco de fala e zoada, chegou um rapazinho bem vestido e apessoado, usando um paletó que lhe chamou  a atenção. Era no tempo em que a moda, o chic botava duas preguinhas nas costas do paletó. Mas, o do moço mais parecia uma blusa plissada!

Zefelipe, a tapioca na mão direita, fazendo evoluções no ar, e o caneco de café na esquerda, foi logo dizendo: Isto é que é roupa de homem! O moço sem perceber a gozação, se virou para mostrar o trabalho de arte. E o Zé continuou: Deve ter sido feita,  em São Paulo ou no Rio! 

Mordeu a tapioca, tomou um gole da preciosa rubiácea  e disse: Ah se eu conhecesse esse alfaiate? O rapaz, na maior Inocência, disse que o costureiro era mesmo do Icó, sua oficina era ali perto, se ele quisesse ir lá.... e não completou porque Zefelipe foi logo dizendo: Agora, não; eu quero saber por quanto ele faz um fole de oito baixos pra mim. 

Seguro e prudente, já se dirigia para o seu caminhão e se largou, no rumo de Jaguaribe. Zéfelipe, a quem revelou Várzea-Alegre para o mundo, deve uma praça e uma estatua.

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