José André do Sanharol era um fervoroso católico. Devoto sem igual de São Raimundo Nonato. Embora, esses mandamentos seguidos não impedissem de, as vezes, ser muito firme com os padres.
Certa feita o Padre Otávio o procurou para propor um negocio deverasmente desvantajoso para ele, mas, mesmo sabendo dos prejuizos atendeu ao padre.
Propôs o padre trocar uma lista com uma quantidade de quartas de arros doadas ao santo, na ribeira do machado pelo arroz qque ele tinha no paiol..
Como o negocio era em nome de São Raimundo ele entregou o arroz e saiu com a lista juntando, arroz de qualidade ruim, cabeça de couro, meia caixa etc.
Outra vez, compareceu a um leilão na Praça dos Motoristas, naqueles velhos tempos, a maior renda da festa era proveniente dos leilões. José André viu quando uns senhores do sitio Varas chegaram ao local e entregam um preá vivo, e, afirmaram que iam arrematar para levá-lo de volta pro seu habitat.
Quando o pregoeiro levantou o preá, José André disse, "tanto para o animalzinho não voltar para as Varas", no que os pessoal cobriu dizendo que iam leva-lo de volta.
José André fez nova oferta afirmando que o preá ia para o Sanharol. Nessa brincadeira, vai não vai, quando o preá estava pelo preço de um boi, José André se calou e, os "varenses" arremataram.
Só nessa astuciosa criação de José André o leilão teve mais da metade do rendimento. José André ainda arrematou uma lata de chourisco por vinte vezes o valor.
No outro dia o padre comentou que José André só fez zoada.
Ele contava estas historias com um misto de arrependimento tanto pelo prejuízo como pela falta de reconhecimento do padre, mas dizia sempre ao fim: São Raimundo merece.
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