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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CAUSO LÁ DO CRATO - Por Mundim do Vale.



O  PROFESSOR  E  O  POETA.

Dedicado a Claud Bloc, Antônio Morais e Zé Felipe.

O professor e palestrante Régis Furtado, uma vez foi ao Crato-Ceará, para proceder uma palestra no Crato Tênis Clube. O hotel onde o professor hospedou-se indicou uma senhorita para que antes da palestra guiasse o professor para mostrar um pouco da cidade. A cicerone mostrou os pontos turístico e históricos da cidade e quando passavam na famosa feira do Crato, a garota avistou o poeta Patativa vendendo seu livros em uma banquinha. A garota apontou para o poeta e falou:
- Olhe professor, aquele é o Patativa do Assaré.
- Pois vamos até lá que eu quero conhecer o grande poeta.
Chegando na banca a moça fez as dividas apresentações e o professor começou a folhear o livro “ Cante lá que eu canto cá. “  Depois de uma rápida olhada ele disse que ia ficar com o livro e foi tratando de pagar. Quando Patativa passou o troco disse:
- Professor. Eu tenho outros livros.
O professor pegou mais dois livros dizendo que ia levar, mas quando olhou para o relógio, falou para a sua guia:
- Minha filha, nós estamos atrazados para a palestra.
Colocou os livros na pasta e saiu esquecendo de pagar os dois últimos.
Quando chegaram no clube o professor abriu a pasta para tirar o  material do trabalho, viu os livros e lembrou-se que não tinha pago. Chamou a garota e entregou uma cédula dizendo:
- Minha filha. Na minha pressa eu esqueci de  pagar os outros dois livros. Vá lá pague os livros e peça as minhas desculpas ao poeta.
A cicerone foi até a feira fez o pagamento e transmitiu as desculpas  do Professor Régis Furtado.
Patativa quando já estava com o dinheiro no bolso, recitou essa pequena quadra:

EU  TAVA  DESCONFIADO
DAQUELA  CONVERSA  CURTA,
O  RÉGIS  NÃO  É  FURTADO
É  ELE  MESMO  QUEM  FURTA.

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