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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A verdadeira herança maldita - Por Maria Helena RR de Sousa

Não sei se um dia o brasileiro se livrará dessa herança. A mentira entrou em nossas vidas para ficar. Mente-se tanto por dez reis de mel coado quanto por milhões. Tem gente que se especializou em mentir até porque é uma especialização facílima, não requer muito estudo ou muita instrução.

O que requer estratégia, inteligência e muita memória é não tropeçar na mentira, é não se enredar em seus fios. Que são muitos.

Da menos grave, tola, à mais grave e prejudicial à Nação. Da “como seu filho é simpático! Igualzinho a você!” quando o filho é o oposto do pai e de uma antipatia de assustar passarinho, à que protege os malfeitos contra o povo.

Do sujeito que mente por mentir, que se gaba de enrolar os amigos, ao cara que mente em casa, para os filhos e para a mulher em quem fez os filhos.

Isso sempre aconteceu. Mentir faz parte do ser humano, assim como saciar a fome e a sede, pegar o que nos agrada e afastar o que nos desagrada e não ter problema com a nudez ou com as atividades inerentes ao corpo humano.

Mas o homem teve que abandonar o Paraíso e ir viver em grupos cada vez maiores. Era preciso encontrar uma forma do convívio ser possível e para isso fomos sendo educados pelos que vieram antes de nós a controlar nosso corpo, só pegar o que é nosso, não invadir o espaço do outro.

E assim, sempre às voltas com mentirosos e pulhas e lutando contra eles, viemos vindo. Tentando manter a cabeça fora d’ água e só nos curvando aos maus por medo deles e de suas mentiras.

Há sociedades, até hoje, apesar de todos os horrores pelos quais passaram, onde a mentira é o pior dos crimes por ser a Mãe de Todos os Crimes.

Aqui também era assim. Nos tempos de Nabuco, de Pedro II, de Oswaldo Aranha, do fio da barba.

No entanto, parece que a hombridade cansou. Ao ver as assinaturas na ata de fundação do Partido dos Trabalhadores, fico assustada. Vejo ali nomes mais do que respeitáveis, nomes de pessoas que serviram e devem continuar a servir de exemplo às novas gerações. Aliás, a grande maioria. Que não contava com o poder da maçã podre no cesto.

Só peço que o leitor leia atentamente a saga do verdadeiro 013 A Serviço de Sua Majestade, O Poder. Pizzolato exaltou a arte da mentira em nosso país. E, previdente, foi quem mais confiou na Justiça!

Votou como Henrique e como Celso, declarou IR a pagar e como isento, falsificou diferentes documentos de identificação com a mesma impressão digital e retratos que chancelou com maestria.

Quando ia de avião visitar o pai, ia com o RG do Celso ou com o seu?

Fez tudo sozinho?

O fio das mentiras é longo e sua força é poderosa. Vai de Concordia, SC, a Maranello, Modena. Sua prisão criou alvoroço aqui no Reino das Águas Turvas. Bobagem. Pizzolato é um craque. Não vai falar. Melhor cuidarem bem de dona Andrea. A solidão faz sofrer e solta os freios...

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