Graças a um erro estratégico da presidente Dilma, o governismo, de maneira geral, abrangendo mesmo aqueles que não gostariam de ter que apoiar a reeleição da presidente, está tendo dificuldades para enfrentar os problemas políticos decorrentes do “mau negócio” que a Petrobras realizou comprando a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Digo erro estratégico porque até pouco tempo atrás todos os envolvidos na transação, inclusive a própria presidente, tinham a mesma versão de que a compra fora um bom negócio, justificável pelo plano estratégico da empresa.
Mesmo que hoje se saiba que essa explicação não corresponde à verdade, foi graças à irritabilidade da presidente Dilma que ficamos sabendo disso, e com detalhes como as cláusulas omitidas no resumo técnico levado ao Conselho da Petrobras.
Muitos se espantaram com minhas críticas ao “sincericídio” de Dilma, como se estivesse criticando-a por ter falado a verdade.
Minha crítica é mais extensa: acho que a presidente Dilma não tem condições políticas para esclarecer o caso, e tentou, com sua nota oficial de próprio punho, livrar sua responsabilidade no caso, como acentuou o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli.
Tanto é verdade que ainda presidente do Conselho, mas já sabendo que as negociações para a compra de Pasadena haviam sido omitidas, aceitou que o diretor responsável pelo relatório “falho técnica e juridicamente” fosse transferido para outra diretoria da Petrobras Distribuidora, com elogios formais do Conselho por sua atuação. E em nenhum momento fez críticas à atuação da diretoria da Petrobras.
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