Sem argumentos convincentes – simplesmente porque não os há -, o governo tenta transformar a CPI da Petrobras em ataque impatriótico contra a empresa.
Atribui à oposição um delito que, até prova em contrário – se é que é possível, já que ele mesmo, governo, admitiu que a compra da refinaria de Pasadena “foi um mau negócio” -, é seu mesmo.
Se há ataque à Petrobras, esse é o que praticaram os que a fizeram adquirir por mais de 1 bilhão de dólares uma refinaria em estado de sucata, que valia dez vezes menos. Isso, claro, sem falar na refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco, onde se constata que as perdas e os desvios foram bem maiores.
E não apenas: há muito se sabe que a Petrobrás é uma caixa preta de “maus negócios”, gerida por predadores que a fizeram descer da 12ª para a 120ª colocação entre as maiores empresas mundiais. Os números falam por si e dispensam explicações.
Outro fenômeno interessante – e intimamente relacionado - é o fato de as ações da empresa terem subido mediante a expectativa da CPI. Se a iniciativa parlamentar fosse contra a empresa, tal não ocorreria. Se os acionistas celebraram a perspectiva de investigação, é porque sabem que, enquanto se mantiver intocável a caixa preta, continuarão a ter perdas.
Portanto, nenhuma iniciativa é mais favorável à Petrobrás que a devassa que se pretende, e o governo tenta evitar a qualquer custo.
Os discursos patéticos de Graça Forster e Dilma Roussef em “defesa da empresa” são apenas sinais de desespero, de quem sabe que defende o indefensável. Equivalem a uma confissão antecipada de delito. Não é a primeira vez que isso acontece.
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