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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ponto final.


É cada vez maior a decrepitude que marca o fim insólito da carreira política de Paulo Salim Maluf, ex-prefeito de São Paulo, adversário histórico do PT e que há muito apoia a legenda responsável pelo período mais corrupto da história nacional. O que explica essa bisonha e merecida aproximação, pois os iguais sempre chafurdam no mesmo lamaçal.

De olho na reeleição, necessária para manter a prerrogativa de foro e controlar os processos de que é alvo, Maluf decidiu, dias atrás, participar da missa de trigésimo dia pela memória de José Eduardo Faria Lima, falecido em acidente automobilístico no interior de São Paulo, fato que foi noticiado pelo ucho.info.

Em uma igreja da capital paulista, Paulo Maluf se instalou no primeiro banco à espera do início do ato religioso, mas não imaginava que seria alvo de enorme constrangimento. Uma filha de Faria Lima dirigiu-se ao padre para pedir que a cerimônia só começasse depois da saída de Maluf. Constrangido diante do pedido, o clérigo tentou convencer o ex-prefeito a deixar o local, mas o mesmo, com sua costumeira desfaçatez, não arredou pé.

Inconformada com a decisão de Maluf, a filha de Faria Lima tomou o microfone da igreja e dirigiu-se aos presentes, que já tinham se dado conta do imbróglio, com a seguinte frase: “Peço aos verdadeiros amigos do meu pai e da minha família que deixem o recinto”. Sem qualquer hesitação, os verdadeiros amigos de José Eduardo Faria Lima deixaram a igreja, enquanto Paulo Maluf permaneceu imóvel na primeira fila.

Para quem sempre fez coisas luciferianas na seara da política, Maluf é um abusado, que vai à igreja para ser valer de um momento de dor de terceiros e cabalar votos. Persona non grata na maior parte do território nacional, de onde não pode sair porque está na alça de mira da Interpol, o ex-prefeito paulistano desconhece o que é lógica existencial.

Por conta disso, o deputado federal pelo Partido Progressista se vê obrigado a apoiar o PT, pois do contrário já estaria morto politicamente, sem direito a velas, choro e missa de sétimo dia. Eis o cabo eleitoral de Alexandre Padilha e Dilma Rousseff na terra dos bandeirantes.

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