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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 17 de março de 2016

A esquerda perdeu a partida da popularidade – por José Carlos Sepulveda da Fonseca

Estive na Av. Paulista neste Domingo 13 de Março. E posso garantir, pelo que me foi dado observar, que a esquerda perdeu, mesmo, a partida da popularidade. Ali estava uma amostra gigantesca do Brasil (mais de um milhão e 400 mil pessoas, segundo a Polícia Militar – foto). Era a reprodução do que se deu neste dia em centenas de cidades de Norte a Sul do Brasil e com números muito impressionantes! A começar pelo Rio de Janeiro, em que a orla de Copacabana foi literalmente tomada pela multidão estimada em um milhão de pessoas. O que dizer de Fortaleza, de Salvador, de Belém, de Curitiba, de Porto Alegre, de Natal, de Maceió, de Brasília, de Vitória, de Goiânia, de Campo Grande, de Recife, de Florianópolis e de tantas outras cidades com números igualmente impressionantes?
Cordialidade e distensão
Pessoas de todas as idades, das mais diversas condições e classes sociais, dos mais variados graus de cultura, de todas as origens raciais, irmanadas num imenso NÃO ao PT, a seus personagens principais Lula e Dilma e a tudo o que estes e a sigla representam. “Nossa bandeira jamais será vermelha” era o brado de muitos e a certeza de todos. O ambiente era distendido e familiar; a cordialidade estava presente em todos; os cumprimentos efusivos entre amigos que se encontravam eram reveladores; os protestos eram firmes, convictos mas não raivosos; as forças policiais eram saudadas com afeto e admiração; não havia distúrbios nem agitação; tudo transcorria num ambiente ordeiro e civilizado.
A cegueira da esquerda
A esquerda, aprisionada nos labirintos mentais de suas utopias, tem uma dificuldade fundamental: entender a realidade! Em sua delirante perspectiva de luta de classes, ali estão nas ruas milhões de “coxinhas” (coCHinhas, segundo a literacia de Rui Falcão), injustos detentores de privilégios, contra os defensores dos pobres (os petistas?!). A esquerda não entende que ali está o Brasil autêntico, ordeiro e pacato, o Brasil honesto e familiar, que trabalha e almeja por um sadio progresso dentro de uma harmonia de classes.O Brasil que não se deixou convencer nem enredar pela ideologia de esquerda.
Durante algum tempo, é verdade, esse Brasil, um tanto otimista e desavisado, deixou-se embair ou intimidar pelas peças publicitárias de um marketing político falacioso e pelas benesses passageiras de uma bonança econômica e concedeu ao PT alguns êxitos eleitorais. E a esquerda confundiu resultados das urnas com a conquista de mentes e corações. Mas, à medida que o PT se foi assanhando em dominar o Estado, corromper as instituições, deturpar os processos políticos e eleitorais (coadjuvado por uma oposição fraca), implantar políticas autoritárias e imorais, o Brasil de profundidade começou a afastar-se da esquerda. Foi silenciando. E muitos – inclusive do centro e da direita – confundiram este silêncio com a indiferença e o desinteresse pela vida pública. Não entenderam que, no fundo das mentalidades, germinava um enorme descontentamento.

Um comentário:

  1. Prezado amigo Armando Rafael - O Lula é um ser desprezível. Se tivesse nascido morto o Brasil nada teria perdido.

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