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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 8 de março de 2017

O Marechal Deodoro da Fonseca tinha razão – por Paulo Napoleão Nogueira da Silva (*)

Até 1967, numa imitação servil aos Estados Unidos da América- EUA, nosso país era oficialmente denominado "República dos Estados Unidos do Brasil". Acima uma cédula de vinte cruzeiros que circulava em 1967.

   Que a crise brasileira surgiu com a república, e provavelmente como uma consequência direta e inevitável de sua instalação, parece não haver a menor dúvida. Basta verificar que durante os seus últimos 50 anos (1840–1889) o Império do Brasil conseguiu manter inalterada a taxa de inflação na margem de 1,58% ao ano. Isso mesmo um e meio por cento ao ano. No entanto 45 dias depois de instaurada a república aquela marca havia saltado de 1,58% para 11 % anuais. Um ano depois saltou para 41% ao ano.

   Cumpre registrar, aliás, que o movimento republicano jamais fincara raízes na alma popular. Tanto que no dia 15 de novembro de 1889 – data do golpe militar que derrubou a monarquia – somente 2 deputados, num Parlamento de 160 membros, se declaravam republicanos.

     Vale lembrar, a propósito que, na década de 1870 – já terminada a Guerra do Paraguai, e com o Brasil enfraquecido pelas despesas do conflito, o Barão de Rothschild, então um dos maiores banqueiros do mundo, deu como presente de casamento as suas duas filhas, exclusivamente, títulos da dívida brasileira, por serem os mais sólidos e rentáveis do mercado internacional.
   A monarquia conseguiu manter invariáveis o valor do poder aquisitivo da moeda durante 50 anos e até seu último dia. A explosão inflacionária iniciada no próprio 15 de novembro de 1889, e que perdura até dos dias atuais, foi de exclusiva responsabilidade da república.

     Bem merecem ser lembradas as frases escritas pelo Marechal Deodoro da Fonseca em carta a um sobrinho (Clodoaldo Fonseca, no início do ano de 1889), que se dizia republicano: “República, entre nós, é sinônimo de desgraça completa. O único sustentáculo do nosso Brasil é a monarquia; se mal com ele, pior sem ela”.

     Deodoro, que depois dessa carta atraiçoaria Dom Pedro II, o magnânimo imperador que pagou os estudos do Marechal quando este era um rapaz pobre oriundo das Alagoas, e sempre o ajudou, pois bem, Deodoro da Fonseca estava coberto de razão.

(*) Paulo Napoleão Nogueira da Silva, advogado, jurista,  jornalista, professor, escritor e monarquista.

Um comentário:

  1. Se o Deodoro da Fonseca fosse vivo ele teria ciência da resultante da republica proclamada por ele. Como militar devia ser disciplinado e honesto. Ver a pátria debruçada na desordem moral e na falta de bons costumes não seria nada honroso para ele.

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