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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 22 de abril de 2017

Seriedade e senso de dever acompanham a vida dos Príncipes desde a infância (postado por Armando Lopes Rafael)

Em sua autobiografia, “De todo coração”, a Princesa Dona Isabel de Orleans e Bragança, Condessa de Paris e Rainha “de jure” da França pelo casamento, neta homônima da Princesa Dona Isabel, a Redentora, narra um episódio curioso que se deu após o passamento de sua avó.

Conta Sua Alteza que, após terem assistido aos últimos momentos da Redentora, em 14 de novembro de 1921, e enquanto seu corpo ainda era velado no Castelo d’Eu, onde a Família Imperial passou seu exílio forçado na França, aconteceu de os netos da Princesa Isabel, todos ainda crianças, reunirem-se em outro local da ampla residência e, num momento infantil muito compreensível, puseram-se a falar entre si e logo depois a brincar, esquecidos da morte da avó.

Mas o Príncipe Dom Pedro Henrique, o mais velho da geração (aquele sobre o qual recaiu nos ombros as responsabilidades de substituir a  Princesa Isabel na Chefia da Família Imperial Brasileira)  então com doze anos, muito sério e sisudo, chamou a atenção dos irmãos e primos mais novos, dizendo que não estava certo brincarem numa hora como aquela. No entanto, Bebelle (apelido familiar da Princesinha Isabel, aquela que veio a ser a Condessa de Paris) respondeu que não havia razão para tristeza, pois todo mundo sabia que sua avó, a Princesa Dona Isabel era uma santa. “E ademais – acrescentou, infantilmente –, a Irmã Fidelina [freira que acompanhava a Redentora] sonhou que Vovó está no Céu, toda feliz...”

Pode-se, a partir desse episódio, observar toda a seriedade e maturidade do Príncipe Dom Pedro Henrique. Naquele momento, Sua Alteza não era mais o Príncipe do Grão-Pará, título com o qual havia nascido e  deixara essa condição quando faleceu seu pai, no ano anterior. Passou ele a ser o Príncipe Imperial do Brasil, ou seja o herdeiro de Jure do Trono do Brasil. Com a morte da avó, aquele menino de doze anos passava a ser o Chefe da Casa Imperial e Imperador “de jure” do Brasil, o nosso Imperador Dom Pedro III.

Sua infância acabava ali. Começavam, muito cedo, as responsabilidades da vida adulta. A responsabilidade de estar sempre a postos para servir à Pátria, tão logo os brasileiros o chamassem para tal. A responsabilidade de manter uma vida ilibada e sem manchas, à altura dos princípios cristãos e dos melhores valores da Nação Brasileira. A responsabilidade de encarnar, representar e preservar todas as tradições da Monarquia Brasileira, da qual se tornava legatário. Desnecessário dizer que o Príncipe Dom Pedro Henrique soube cumprir, com maestria, com todas aquelas responsabilidades. Daquele momento até sua própria morte, sessenta anos depois.

(Baseado em trecho do livro “Dom Pedro Henrique – O Condestável das Saudades e da Esperança”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos). 

Foto abaixo: A Princesa Dona Isabel de Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e seu neto, à época o Príncipe do Grão-Pará, Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, quando este era criança.

Um comentário:

  1. Pais que não têm coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Na monarquia os bons costumes nascem do coração, do berço.

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