O Corinthians, provável campeão brasileiro, perde mais jogos quando tem a posse de bola.
Existem outros casos no futebol mundial. As indefectíveis estatísticas mostram isso.
Até um dia desses, os treinadores alardeavam que um time de futebol precisava gostar da bola.
Ter o seu domínio significava o controle do tempo.
Jogar por música, fazendo ressoar um comentário do mítico trompetista Miles Davis, para quem a música era tempo.
Tempo de acelerar, tempo de ir mais lentamente, tempo de parar.
Controlando o tempo e a bola, o Barcelona de Guardiola, a última maravilha do futebol, deixou o mundo encantado.
Propunha o jogo, detinha a posse de bola e adicionava uma constante troca de passes. Virou escola no planeta futebol.
Como é natural, vieram posteriormente as variações. O passe passou a valer mais que o drible.
As exibições do Barcelona, em alguns momentos, eram acompanhadas em silêncio para que nenhum detalhe passasse despercebido. Comigo acontecia assim.
No Brasil, onde os conceitos táticos são adotados quando já estão obsoletos lá fora, a grande sacada do momento é detestar a bola.
Importante dizer o seguinte: o Corinthians, que deixa os demais concorrentes na poeira, é considerado time de jogadores sem muita expressão.
A sistemática de jogo de marcação e contra-ataques decorre dessa situação.
Certamente que essa constatação, entre outras, explica a má qualidade do futebol jogado pelos clubes.
Não ter apreço pela bola é um sintoma muito grave. Contraria um tempo do futebol brasileiro em que Didi, o meste da folha seca, dizia: ”Sem a bola, vamos marcar. Com a bola, coitados deles”.
Texto razoado e de valor excepcional para os analisadores do futebol atual. No momento em que não se tem craques vale-se do conjunto.
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