”Lutei contra a ditadura, sim! Tomei borrachadas, grávida com 18 anos, engoli gaz lacrimogênio, corri da cavalaria na Av. São João em direção à Praça Antonio Prado e à Praça da Sé.
Participei das perigosas assembleias dos sindicatos, onde milicos escondidos na massa guardavam na memória o rosto dos mais exaltados.
Arrisquei o emprego, pichei muro com o slogan “Abaixo a Ditadura”. Distribui panfletos.
Morri de medo. Chorei quando anunciaram a devolução do poder ao povo: eu e mais alguns milhões.
Hoje, vendo pessoas morrendo em filas de hospitais, bandidos matando por R$ 10, pessoas andando feito zumbi nas ruas por causa das drogas, adolescentes que não sabem quanto é 6 x 8, meninas de 14 anos parindo filhos sem pais, toda a classe política desse país desfilando uma incompetência absurda, o nosso país sendo ridicularizado por tantos escândalos…
Eu peço perdão ao Brasil pela porcaria que fiz… Deveria ter ficado em casa.”
O pior é que levaremos duas ou mais gerações para recuperá a moral e os bons costumes da população. Iniquidade é a melhor definição para o que aconteceu com o Brasil.
ResponderExcluir