Por que a mortalidade infantil voltou a subir no país
Crescimento
inédito na taxa de crianças que morrem antes de completar 1 ano acende
sinal vermelho na trajetória brasileira rumo ao mundo desenvolvido
Fonte VEJA, de 24 de julho de 2018 -- Por Monica Weinberg, Luisa Bustamante e Jana Sampaio
De todas as estatísticas que dão feição a um país e apontam seu lugar
no futuro, a mais reveladora é a taxa de mortalidade infantil, expressão
técnica e fria para descrever a tragédia das crianças que morrem antes
de completar 1 ano. Quanto mais o ponteiro desse marcador recua, mais
significa que um país avançou. Quando ele sobe, porém, expõe o exato
oposto: a realidade de uma nação que falhou no dever mais básico, o de
garantir o direito à vida, e que está andando para trás. O Brasil,
lamentavelmente, passou a se encaixar no segundo caso. A taxa de
mortalidade infantil, que só caía desde que começou a ser medida ano a
ano, em 1990, mudou de direção no cálculo mais recente, de 2016: subiu
5% — de 13,3 para 14 em cada 1 000 nascidos vivos.
Parece pouco. Mas esse soluço do índice, combinado com a estagnação
prevalente nos últimos anos, acende um alarmante sinal vermelho na
acidentada trajetória brasileira rumo ao mundo desenvolvido. VEJA
visitou Aquiraz, no Ceará, o município com a mais alta taxa de
mortalidade infantil do país — 24,9 para cada 1 000 nascidos —, segundo
levantamento do Instituto IDados, para entender o retrocesso. Encontrou
lá uma fotografia em tom sombrio de um Brasil em marcha a ré.
Há poucos dias, o Brasil era visto na visão da esquerda como um campo de guerra. Notícia corria que de 1964 a 1985 desapareceram 80 pessoas no Brasil. Alguém precisa avisar para esses imbecis que 80 pessoas são assassinadas num fim de semana no Ceará que é governado por um deles.
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