Rio de Janeiro ganhará primeiro monumento ao Padre Cícero
Desde 28 de dezembro de 2016, Dom Fernando Panico deixou a função de
Bispo Diocesano de Crato, passando, automaticamente, à condição de
“Bispo-Emérito” desta diocese. Mas seu novo status, ou seja, sua
condição atual, não o impediu de continuar participando de diversos
eventos realizados em memória do Padre Cícero Romão Batista. No início
deste mês de novembro, Dom Fernando viajou para a cidade do Rio de
Janeiro, onde pregou retiro para o clero da Arquidiocese de São
Sebastião da antiga capital brasileira.
Durante o retiro, o Pároco da Paróquia de São João Batista, de Rio das Pedras (zona oeste do Rio de Janeiro), Pe. Marcos Venício, convidou Dom Fernando Panico a celebrar uma missa para os devotos do Padre Cícero, residentes naquele subúrbio carioca. Foi uma festa! Muitos fiéis já conheciam Dom Fernando por informações. Outros já o tinham visto pessoalmente. Uma surpresa aguardava Dom Fernando: a notícia de que, no próximo dia 09 de dezembro de 2018, o Cardeal Dom Orani João Tempesta celebrará missa e inaugurará a Praça Padre Cícero, em Rio das Pedras, logradouro que terá uma estátua do “Padim Ciço”, a primeira construída no Estado do Rio de Janeiro.
Manifestação católica em Rio das Pedras, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro
Maceió festeja 148 anos da ordenação do Padre Cícero
Esta semana Dom Fernando Panico esteve em Maceió, aonde foi a convite
do Arcebispo da capital de Alagoas, Dom Antônio Muniz, para celebrar nos
festejos pelos 148 anos de ordenação sacerdotal do Padre Cícero. Em
Alagoas, Padre Cícero é sempre lembrado e amado pelos fiéis católicos. É
comum nas procissões comemorativas às festas dos padroeiros(as) das
cidades alagoanas contarem com um segundo andor (geralmente ricamente
ornamentado com flores) com a imagem do Padre Cícero Romão Batista.
O primeiro colégio para mulheres criado no Cariri
Colégio Santa Teresa de Jesus, em Crato. Foto do início da década 50 do século passado
A criação do Colégio Santa Teresa de Jesus resultou de um sonho, dos
vários sonhos alentados e concretizados por Dom Quintino Rodrigues de
Oliveira e Silva, primeiro Bispo de Crato. Àquela época, as escolas
secundárias funcionavam separadamente para homens e mulheres. Inexistiam
as escolas mistas como é praxe, nos dias atuais. E, neste Estado, as
poucas escolas de segundo grau para mulheres só funcionavam na capital
cearense, distante mais de 600 km de Crato, num tempo quando não havia
estradas regulares, nem facilidade de comunicação.
Os contatos entre o Cariri e Fortaleza eram feitos unicamente por telegramas e cartas. Por isso, no território da nova Diocese de Crato, somente as moças pertencentes às famílias bem afortunadas financeiramente podiam se deslocar para a cidade de Fortaleza, a fim de estudar. Assim, depois de criar um Ginásio para homens (atual Colégio Diocesano de Crato) e reabrir as portas do Seminário São José para formar novos padres, Dom Quintino procurou a Congregação das Irmãs de Santa Doroteia, possuidora de um colégio na cidade de Fortaleza, para abrir uma filial no Cariri. As tratativas não chegaram a bom termo. Não desanimou o bispo de Crato. Uma segunda tentativa foi feita junto às Irmãs Ursulinas, que tinham uma casa em Salvador (BA). No final de 1922, a diretora das Irmãs Ursulinas escreveu a Dom Quintino mostrando a impossibilidade de enfrentar o desafio que lhe fora proposto pelo Bispo de Crato.
Mas Dom Quintino conhecia uma senhorita, residente na cidade de Jardim, dortada de muita fé e muita disposição para enfrentar desafios. Era Anna Álvares Couto (a futura Madre Ana Couto), mais conhecida como Naninha Couto que aceitou o desafio que lhe foi proposta pelo Bispo de Crato.
Surge o Colégio Santa Teresa de Jesus de Crato
Madre Ana Couto, co-fundadora da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus
No dia 04 de março de 1923, às 5 horas da manhã, a população do Crato
foi acordada com uma estrepitosa salva de fogos, anunciando o início das
atividades de um novo colégio na antiga Vila Real do Crato. Dom
Quintino havia atingido dois coelhos com uma só cajadada, pois
concretizou dois dos seus mais alentados sonhos: o de criar uma
congregação religiosa feminina (Filhas de Santa Teresa de Jesus)
destinada a acolher jovens vocacionadas da sua diocese; e fundar – no
Sul do Ceará –, o primeiro colégio para educação de mulheres. Dois
pioneirismos de magnitude, considerando o fato de a Região do Cariri
cearense – ainda atrasada em relação aos distantes centros evoluídos do
litoral nordestino – ter passado a sediar as duas instituições acima
citadas.
Dom Quintino, primeiro Bispo de Crato
Algumas alunas ilustres
Milhares foram as alunas que passaram pelos bancos escolares do Colégio
Santa Teresa de Jesus. Muitas ganharam destaque. Citá-las nos levaria a
incorrer em graves omissões. No entanto, vêm-me agora à lembrança
algumas ex-alunas: a atual deputada federal Luiza Erundina, ex-prefeita
de São Paulo– a maior cidade da América Latina e a sexta maior do mundo;
Maria Alacoque Bezerra, nascida em Juazeiro do Norte, a primeira mulher
cearense a ocupar uma cadeira no Senado da República; Maria Violeta
Arraes de Alencar Gervaseau, que foi Secretária de Cultura do Ceará e
Reitora da Universidade Regional do Cariri e Madre Feitosa, uma das mais
respeitadas educadoras do Ceará. Esta além de aluna foi também diretora
daquele colégio.
Existe potencial para criar a “Paisagem Cultural” no entorno da Catedral de Crato
Madre Ana Couto, co-fundadora da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus
No dia 04 de março de 1923, às 5 horas da manhã, a população do Crato foi acordada com uma estrepitosa salva de fogos, anunciando o início das atividades de um novo colégio na antiga Vila Real do Crato. Dom Quintino havia atingido dois coelhos com uma só cajadada, pois concretizou dois dos seus mais alentados sonhos: o de criar uma congregação religiosa feminina (Filhas de Santa Teresa de Jesus) destinada a acolher jovens vocacionadas da sua diocese; e fundar – no Sul do Ceará –, o primeiro colégio para educação de mulheres. Dois pioneirismos de magnitude, considerando o fato de a Região do Cariri cearense – ainda atrasada em relação aos distantes centros evoluídos do litoral nordestino – ter passado a sediar as duas instituições acima citadas.
Dom Quintino, primeiro Bispo de Crato
Algumas alunas ilustres
Milhares foram as alunas que passaram pelos bancos escolares do Colégio Santa Teresa de Jesus. Muitas ganharam destaque. Citá-las nos levaria a incorrer em graves omissões. No entanto, vêm-me agora à lembrança algumas ex-alunas: a atual deputada federal Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo– a maior cidade da América Latina e a sexta maior do mundo; Maria Alacoque Bezerra, nascida em Juazeiro do Norte, a primeira mulher cearense a ocupar uma cadeira no Senado da República; Maria Violeta Arraes de Alencar Gervaseau, que foi Secretária de Cultura do Ceará e Reitora da Universidade Regional do Cariri e Madre Feitosa, uma das mais respeitadas educadoras do Ceará. Esta além de aluna foi também diretora daquele colégio.
Entorno da Catedral de Crato em 1914, ano de criação da Diocese de Crato
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura– UNESCO: “O patrimônio é o legado que recebemos do passado,
vivemos no presente e o transmitimos às futuras gerações. Nosso
patrimônio cultural é fonte insubstituível de vida e inspiração, nossa
pedra de toque, nosso ponto de referência, nossa identidade”. Acrescenta
ainda a UNESCO que “O patrimônio cultural é de fundamental importância
para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das
culturas”.
Entre algumas exigências da UNESCO, para que um edifício, ou conjunto de edificações, se constituam em bens culturais, exige-se que esses bens “devem estar associados diretamente ou tangivelmente a acontecimentos ou tradições vivas, com ideias ou crenças, ou com obras artísticas ou literárias de significado excepcional”.
Em qualquer uma dessas exigências se enquadra perfeitamente o conjunto da edificação da atual Catedral de Nossa Senhora da Penha e o seu entorno, localizado no centro da cidade de Crato.
Pode-se agregar ainda à riqueza desse patrimônio cultural – oriundo das edificações e das atividades humanas da Catedral de Nossa Senhora da Penha – todas as manifestações populares – danças, folguedos, grupos folclóricos, apresentações cênicas, coreografias, músicas etc. – conservadas ao longo de sucessivas gerações, e ainda hoje repassadas às novas gerações –, por ocasião de comemorações e datas festivas, pois elas se constituem no Patrimônio Cultural Imaterial ou Intangível.
Ressalte-se, por oportuno, que essas manifestações da tradição popular – que compreendem uma gama de expressões de vida de grupos e indivíduos do município de Crato e adjacências – estão sendo objetos de catalogação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Diante de tudo acima exposto, preocupado com a destruição sistemática
que vem sendo feita ao Patrimônio Arquitetônico e Cultural da cidade de
Crato, imbuído da responsabilidade como Cura da Sé–Catedral de Nossa
Senhora da Penha, Pe. José Vicente Pinto Alencar da Silva, estuda
enfrentar o desafio de salvaguardar a paisagem cultural no entorno da Sé
Catedral de Crato.
Parabéns Armando pela diversidade de assuntos e fatos históricos importantes desta postagem.
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