Na Presidência, Lula se definiu como uma “metamorfose ambulante”. Pois opera-se neste exato momento uma dessas transformações capazes de virar o personagem do avesso. Aquele Lula fortão da campanha eleitoral, que se imaginava investido do privilégio de negar ao Judiciário a prerrogativa constitucional de condená-lo por corrupção, deu lugar a um Lula fraquinho, que sente o peso da cadeia longeva.
Na mais recente visita dos companheiros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, Lula fez um pedido: “Não fica dizendo que eu estou muito bem, senão o povo acredita.” Depois, numa entrevista de porta de cadeia, Haddad disse aos jornalistas: “Ninguém passa incólume 230 dias” na prisão (assista lá embaixo). Na véspera, a Comissão de Direitos Humanos do Senado havia aprovado, sem alarde, um requerimento inusitado.
De autoria do senador Paulo Rocha, do PT, o requerimento prevê a formação de um grupo de senadores para visitar Lula na cadeia com o propósito de avaliar as suas condições físicas e psicológicas. Alega-se que Lula estava abatido na audiência em que foi inquirido pela juíza Gabrierla Hardt no processo sobre o sítio de Atibaia. Por sorte, a audiência foi gravada. E as imagens mostraram um Lula em ótima forma.
Lépido, Lula tentou transformar a audiência num comício. Mas a substituta de Sergio Moro cortou suas divagações, lembrando o que estava em jogo no caso do sítio: corrupção e lavagem de dinheiro. O único distúrbio que atormenta Lula é a síndrome das condenações que ainda estão por vir.
A conversão do fortão em fortinho é prenúncio de um pedido de abertura da cela por razões humanitárias. Manipulam-se os fatos com tão desenvoltura que Lula terá de recitar o CPF e o RG diariamente diante do espelho para ter a certeza de que é ele mesmo quem está preso em Curitiba, não um impostor.
Lampião nordestino, um ser desprezível, Um rato de esgoto. Foi de ladrão valentão a cagão chorão.
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