Num tempo em que as camisas de times de futebol eram imaculadas, sem nenhum tipo de publicidade, a sobrevivência financeira dos clubes era garantida pela bilheteria e, aqui e ali, pela venda de jogadores.
Jogador brasileiro negociado para o exterior carecia de um escrutínio maior no quesito qualidade. Não era qualquer um que reunia condições de jogar lá fora.
Inexistia essa história de janela, pelo menos que eu saiba. Então, a grande quantidade de craques nos nossos campos propiciava aos apreciadores do futebol momentos de grande encantamento.
A nossa caminhada para os estádios era acompanhada de uma expectativa sempre recompensada pela presença de profissionais que jogavam para expressar a sua arte.
Era um tempo em que se jogava, também, por prazer. Época de pouca preocupação do jogador com o penteado, “parças” e um bocado de fescuragens. No máximo, um bigode.
Saudosismo? De jeito nenhum. Nostalgia, sim, que é outra coisa.
Hoje, sem desconhecer a evolução do mundo e das coisas, o futebol na “pátrias de chuteiras” tem ficado ruim e chato pra caramba.
Chuveirinho sem parcimônia, excesso de soluções na bola parada, uso excessivo do sistema de contra-ataque (embora se reconheça sua modernização), passe errado, falta de ousadia e talento, falsas leituras de jogo por parte de treinadores e jogadores, calendário esportivo imoral e vitórias que representam mais alívio do que alegria.
Tudo isso consta da pasta de mostruário dos que vendem o futebol no Brasil.
A falta do encantamento não é aceita pela paixão por essa modalidade que está, cada vez mais, presente na vida do brasileiro.
O carnaval já chegou. Tomara que não roubem mais esse lugar social de nossa gente.
Prezado Wilton. Um texto de razoabilidades esmeradas. No futebol brasileiro faltam muitas coisas e sobram outras tantas. Falta arte na maioria dos jogadores e sobra esperteza nos dirigentes. Falta paz e sobra violência nos estádios. Um bom carnaval.
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