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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 20 de junho de 2019

Moro pôs todos no lugar - Por José Newmanne Pinto.



Com calma e paciência, o ministro da Justiça reverteu expectativas da oposição e, particularmente, do PT de lhes dar uma oportunosa ensancha para reverterem a imagem pública e o   prestígio popular de Moro no governo, no mercado e na sociedade. Melhor definição da denúncia do site The Intercept Brasil foi dado pelo americano Mathew Stephenson, da Universidade de Harvard, que mudou sua análise no site The Global Anticorruption, que era O Incrível Escândalo do Encolhimento, sobre a Lava Jato, para O incrível Escândalo Que Encolheu, sobre a divulgação de mensagens trocadas entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol, contendo, conforme a juíza Denise Frossard, que pôs bicheiros do Rio na cadeia, só trataram de “placebos” jurídicos.

Será mera coincidência?

De dezembro para cá três fatos produzidos no arraial lulista e no STF comprovam por si só que o hackeamento dos celulares de agentes da lei responsáveis pelo combate à corrupção no Brasil foi pago, planejado e realizado por suspeitos, acusados, processados e condenados nas operações do tipo Lava Jato. Dois são spoilers. O primeiro, do ministro Gilmar Mendes, que pediu vista do recurso da defesa de Lula que deu entrada na Segunda Turma do STF e agora devolveu para julgamento assim que o caso foi publicado no site The Intercept Brasil. O segundo, ainda mais suspeito, de Lula na entrevista dada em abril à Folha e a El Pais garantindo que Moro “seria desmascarado”. E agora defesa do ex, que, como era de esperar, acrescentou aos argumentos apresentados no recurso a revelação das mensagens no Telegram.

O Estado policial de Lula.

Nos governos Fernando Henrique, o PT usava os procuradores Luiz Francisco, vulgo Torquemada, e Guilherme Shelb, para atormentar os tucanos no poder. Depois, mercê do trabalho de seu primeiro ministro da Justiça, Marcio Thomas Bastos, Lula montou um verdadeiro Estado policial reforçando PF e MPF. Ao mesmo tempo, Bastos garantia a impunidade de empreiteiros amigos, como Camargo Corrêa, no episódio Castelo de Areia. É o caso de dizer agora que o petista está vendo efeito do feitiço virar contra o feiticeiro.

Um comentário:

  1. “Acusados, processados, achacadores e suspeitos”

    José Nêumanne comentou: “Senadores acusados, processados, achacadores e suspeitos acharam que poderiam usar sua velha manha política para acuar e desmoralizar seu carrasco, o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, na CCJ, cujos trâmites conhecem bem demais. Qual não foi sua surpresa, contudo, quando, com calma olímpica e frieza, a vítima reincorporou sua posição original, não mais como julgador, mas como futuro competidor.”

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