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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 12 de dezembro de 2020

FUNDAMENTALISTA É A MÃE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

O campeonato brasileiro já tem 30% de treinadores estrangeiros orientando os seus times, cada um com perfil diferente.

Nada contra, zero de xenofobia, mesmo porque somos favoráveis à diversidade nos modos de jogar.

O fato, todos nós sabemos, faz parte de uma moda implantada pela classe dirigente como verniz para camuflar um pouco a compulsão pelas demissões.

A nova onda que está por vir deve oferecer, sem necessidade da nacionalidade, preparadores com formas de jogar feitas em laboratório, selo de garantia, etc, etc.

Nunca defendemos que um técnico de futebol seja permanente à frente de uma equipe por cima de paus e pedras.

Treinador com cargo vitalício? De jeito nenhum. Quem falou disso por aqui?

Como em outras profissões existem metas básicas a serem atingidas. Do contrário, empresa nenhuma vai funcionar.

Agora, taxar de fundamentalista quem se opõe ao estilo de moer treinadores adotado pelo futebol brasileiro não nos parece sensato.

Pois já tem uma patrulha emulando com os nossos mandatários (que palavra) nessa posição de naturalizar as dispensas de técnicos sem mais nem menos.

Virou uma paranoia.

Querem de Rogério Ceni, em pouquíssimo tempo, a volta do “Flamengo de Jorge Jesus”, quando se sabe que o mengão anda com os nervos à flor da pele por uma série de razões.

No Fortaleza, não se consegue ainda falar sobre Chamusca sem pronunciar o nome de Rogério Ceni.

É o sebastianismo.

O Botafogo contratou Ramon Diaz como técnico e quem assumiu foi o filho dele que, de tanto perder, já desocupou a cadeira para Barroca, infectado pela Covid.

Nunca se viu um massacre público contra um treinador como no caso de Fernando Diniz no São Paulo.

Todos os males do time pareciam vir do treinador que reúne, agora, as melhores condições de ser o campeão brasileiro.

Essas pressões são combustível para quem adora demitir "professores".

Futebol hoje é jogo, recuperação, jogo, recuperação, cabendo ao treinador no final das contas a função de selecionador.

Os gestores, porque possuem o poder de mando, sacam um AI-5 que carregam no bolso, e com as demissões transferem parte de suas responsabilidades quando as coisas não funcionam bem.

E no final das contas, se considera fundamentalista quem se opõe a isso?

Fundamentalista é a mãe.

A gente só quer organizar o movimento.

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