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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 7 de maio de 2022

Na seca do Nordeste, o desvelo do Imperador por seu povo

 

   Quando, em 1877, o Imperador Dom Pedro II retornou ao Brasil, após sua segunda viagem ao Exterior, grandes festejam haviam sido planejados para a sua chegada. Mas a satisfação de retornar ao lar foi diminuída pelas más notícias da Província do Ceará, onde a fome rugia, depois de prolongada seca.

    Dom Pedro II cancelou as celebrações oficias, dizendo que os fundos reservados para tal fim deveriam ser empregados no trabalho de alívio aos flagelados. Apesar dos grandes gastos que tivera na viagem, o Soberano destinou parte de sua dotação para a mesma finalidade.

   Durante uma reunião do Gabinete de Ministros, o Ministro de Estado da Fazenda informou:
– Majestade, não temos mais condições de socorrer o Ceará. Não há mais dinheiro no Tesouro.

   O Imperador então baixou a cabeça por alguns instantes, antes de dizer com firmeza:
– Se não há mais dinheiro, vamos vender as joias da Coroa. Não quero que um só cearense morra de fome por falta de recursos.

Fonte: Xavier, Leopoldo Bibiano. Revivendo o Brasil-Império. 1º ed. São Paulo: Artpress, 1991, pp. 74-75.

Publicado originalmente no site Pró Monarquia.

Um comentário:

  1. Prezado Armando - Todo aquele que ler e procura conhecer a história sabe que o maior problema da seca de 1877 era a falta de estrutura. Não haviam estradas, meios de transportes. Alimentos apodreciam em uma região e faltavam noutra. No caso, hoje em dia, todo produto consumido na região é produzido em região distante. Aqui nada se produz e a seca não afeta mais a vida da população no setor alimento.

    Quanto ao índole, caráter e o humanismo de Dom Pedro II não se discute. Depois dele com essa republiqueta de meia pataca do Deodoro da Fonseca encontram-se três ou quatro governantes que mereceram respeito. Os demais são aproveitadores desonestos e corruptos. Os últimos apodreceram no lamaçal preparado e produzido por eles.

    E o povo aplaudindo.

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