Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 13 de junho de 2009

Cidadã Cratense.

Nascida em Independência (CE), em 22.11.1924, filha de Raimundo Braz de Oliveira e Maria Gonçalves de Oliveira, foi para Crateús (CE), então aos sete anos de idade, para residir com seus tios Joaquim e Zezinha, os acompanhando quando da transferência da família para o Crato, em 1937. Seus tios Joaquim e Zezinha foram genitores de vários filhos que se tornariam ilustres, dentre os quais destaco o saudoso Dr. Raimundo Coelho Bezerra de Farias, médico e político que exerceu importantes cargos como os de Deputado Federal Constituinte, Secretário de Saúde do Estado do Ceará e Prefeito Municipal do Crato. Acolhida no seio daquela importante família, viveu até se casar em 1943 com o Varzealegrense Manoel Sampson Bezerra, partindo com o mesmo para Aba da Serra, zona rural de Várzea Alegre (CE), onde deram início à vida conjugal que resultou na descendência de 77 pessoas, entre 13 filhos, 36 netos, 26 bisnetos e 02 tataranetos, sem contar, ainda, com mais 02 bisnetos atualmente por virem. Como diz nossa irmã Ana Cristina: “Uma descendência invejável para qualquer família e orgulho para nossa”.
É com alegria que faço o registro do aniversário, hoje, da nossa sobrinha Bruna Laíssa Coelho Sidrin Tavares, filha de nossa irmã caçula, Tereza Cândida, que foi um grande presente para mamãe ao nascer na mesma data de seu aniversário. Durante os 13 anos vividos na Aba da Serra mamãe foi dona de casa, agricultora e professora estadual e papai foi agricultor e vereador. Em 1956 se transferiram para Cedro (CE), em busca de melhores estudos para os seis filhos de então. Naquela cidade mamãe continuou dividindo os afazeres do lar com os de professora e papai foi enfermeiro, dono de farmácia, vereador e fiscal da Fazenda Estadual. Voltaram a residir no Crato em 1970, com treze filhos, dois já casados, e alguns netos, onde mamãe, já professora aposentada, continuou com os afazeres do lar e papai como cobrador de impostos até o último dia de sua vida. Sempre que nosso pai se referia aos filhos, dizia: “Tenho 13 filhos e nenhum problema”, numa negação ao dito de que: “Em toda família tem uma ovelha negra”. Embora a modéstia me impeça de tecer comentários sobre nós, permito-me afirmar que não conhecemos ovelhas negras na descendência de Cândida e Manoel, cujos 13 filhos se tornaram pais ou mães e cidadãos ou cidadãs de condutas ilibadas.
Hoje não sinto clima para tristeza, nem para aqui relatar as dificuldades que Cândida e Manoel enfrentaram durante os 44 anos de convivência conjugal, só terminada com o falecimento de nosso saudoso pai em 1987. Sinto sim, o clima festivo em ver uma tão importante e tri-centenária comunidade como a do Crato, reconhecer a importância desta mulher, que na década de 1930 viu ser erigida na bela Praça Francisco Sá, a Coluna da Hora, que é encimada pelo Cristo Redentor, ícone da fé e religiosidade cratenses, e que tem em seu pedestal a inscrição: “Sede bem vindo, nesta terra há sempre lugar para todas as pessoas de boa vontade”, o que confirma a hospitalidade de seu povo. E você, mamãe, foi bem vinda, tão bem vinda que hoje estes nobres vereadores, legítimos representantes de todos os Cratenses, lhes outorgam o título de Cidadã Cratense, o que a coloca em igualdade com pessoas como Alexandre Arraes, Bárbara de Alencar, Pinto Madeira, Monsenhor Rocha e todas as pessoas que, por berço ou por adoção, podem ostentar o honroso título de Cidadão ou Cidadã Cratense. Cândida, dona de casa, agricultora, professora e esposa de Manoel, com o qual teve 19 filhos e conseguiram criar, com grande amor e sabedoria, os 13 aqui presentes. É esta a mulher hoje homenageada.
Agradeço, em meu nome e em nome dos meus irmãos, a esta Casa, que um dia abrigou nossa saudosa Tia Dandinha, ilustre Vereadora, professora e poetisa Bernardina Villar Costa, e que leva o nome do nosso parente, também saudoso e inesquecível Vereador José Valdevino de Brito, pela imensa alegria de ver nossa mãe ser alvo do tão importante título, neste dia em que completa 83 anos de exemplar e produtiva existência.
Tarciso Coelho.

3 comentários:

  1. Quem é esta mulher?

    É a mais singela figura
    Deus a fez bela e frágil
    Mas com muita formosura
    Para que ela fosse ágil
    Em continuar sua Criatura
    Sendo mãe de homem e mulher
    Perpetuar a Humanidade
    Com saber, amor e fé
    Quer no campo ou na cidade
    Com certeza a mulher
    Tem grande capacidade
    E para ser mais poderosa
    Não precisa se esforçar
    Pois traz consigo o dom
    De a todos sempre amar.

    Tarciso Coelho

    ResponderExcluir
  2. Caro Morais,
    Fico muito agradecido pela postagem e com a certeza de que relevantes serviços são e serão prestados pelo seu Blog do Sanharol. Se a Câmara dá um título de cidadão(ã) o faz para reconhecer o valor de um(a) de seus munícipes. Ao dar notoriedade ao conquistado por minha mãe você está fazendo justiça a uma simples mulher que com trabalho sério, honesto e abnegado tornou-se exemplo para sociedade; e com uma longa vida de amor dedicado ao esposo e filhos tornou-se exemplo de mãe de família, esta inconteste célula mater da sociedade.
    Abraço e disponha.
    Tarciso.

    ResponderExcluir
  3. Tarciso.

    O Blog é nosso e é com muito orgulho que fala de nossa gente, dos nossos herois do passado e de suas memorias.

    ResponderExcluir