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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 23 de junho de 2009

Sarney merece respeito?

Seria um outono extraordinário, pressentiram os brasileiros quando a chuva de atos secretos e parentes pedintes começou a cair e o maranhense José Sarney, presidente do Senado e ficcionista imortal, tirou do bolso do jaquetão um vivente chamado Epitácio Cafeteira. Era o mais velho dos senadores, e continuaria a sê-lo até o fim dos tempos, porque o donatário da capitania hereditária do Maranhão lhe estendera a graça de jamais morrer em troca da garantia de emprego e vida mansa para o neto do chefe, as sobrinhas da mulher do chefe, as agregadas do genro do chefe, o irmão menos esperto do chefe, a candidata a miss que o filho do chefe emprenhou e quem mais o chefe mandasse. Seria um outono assombroso, certificaram-se os brasileiros quando apareceu na procissão de espantos Amaury de Jesus Machado, 51 anos, que em 2003 passou a ganhar do Senado R$ 12 mil por mês, somados salários, gratificações e penduricalhos de praxe, para fingir que era motorista a serviço dos pais da pátria enquanto trabalhava como mordomo na casa de Roseana Sarney em Brasília. A filha era mais criativa que o pai, descobriu o Brasil ao saber que Amaury de Jesus tinha o apelido de Secreta, o que obrigou o senador que jurava nunca ter visto um ato secreto a admitir que pelo menos esse Secreta não só conhecia faz tempo como vivia encontrando. Como não topar com freqüência com o servidor da nação que, além de general dos serviçais da mansão no Lago Sul, conquistou ainda moço a patente de cabo eleitoral da família? Como fazer de conta que nunca vira o homem que tinha acabado de completar 10 dias de vigília no hospital em São Paulo, ao lado do leito da patroa que convalescia da operação para assumir o governo do Estado? Os dois sempre foram muito ligados, ele era afilhado dela, explicou Roseana. E enfim o Brasil entendeu por que o presidente da República havia avisado que José Sarney deve ser tratado como uma pessoa incomum. Não pode ser gente como a gente o pai de uma filha que com seis anos, idade em que todas as crianças comuns são afilhadas, já era madrinha e guardava na cabeça o presente para o protegido. Ele seria o motorista mais bem pago da história do Maranhão. Mas pago com o dinheiro dos comuns.
Augusto Nunes.

4 comentários:

  1. No episodio do mensalão o Lula chamou os amigos de aloprados, traidores, tirou o da vareda e deu certo. Agora está mais dificil. Se chamar o sarney e o PMDB de aloprados vai ver o seu governo desestabilizado, tumultuado. A unica opção é defende-lo. Se o angu engrossar, ficar caroçudo como promete não vai poder recuar e vai atropelar sua historia e se tornar outro Sarney.

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  2. Além de pressões políticas para que tratasse como meras falhas administrativas a falta de publicação de mais de 650 atos secretos, a comissão técnica que investigou as irregularidades ainda foi boicotada pelo atual diretor da Secretaria de Recursos Humanos, Ralph Campos Siqueira, que substituiu João Carlos Zoghbi e faria parte do grupo do ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia. Partiu de Ralph a ordem para que o chefe do Serviço de Publicação do Boletim de Pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, publicasse os mesmos atos secretos que a própria secretaria havia deixado de publicar ao longo dos últimos anos, com datas retroativas, para confundir a comissão técnica que iniciava a elaboração do relatório que será divulgado nesta terça pelo 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI).

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  3. Saiu no site www.terra.com.br>




    Simon pedirá afastamento de Sarney em discurso no plenário 25 de junho de 2009

    O senador Pedro Simon (PMDB-RS) anunciou que fará um discurso no plenário da Câmara na tarde desta quinta-feira pedindo ao presidente da Casa, José Sarney, que se licencie ou se afaste do definitivamente do cargo. Para Simon, Sarney "está sem condições de continuar presidindo o Senado".

    O senador gaúcho acrescentou que o afastamento de Sarney é "um pensamento crescente entre os senadores". Ele acrescentou que a cada dia surgem mais denúncias envolvendo familiares do presidente do senado, o que compromete as condições para que ele continue a exercer o cargo e a participar do processo de investigação.

    Há alguns dias, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) vem pedindo o afastamento de Sarney por 60 dias para facilitar as investigação de irregularidades administrativas na Casa.
    Agência Brasil

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  4. Agaciel ameaçou os sendores Cristovam Buarque, Simon e Suplicy. O Cristovam reagiu os outros foegm do plenario quando o assunto é Agaciel. Tudo porque viajaram ao exterior pom conta do senado um com a esposa e o outro com a namorado. São todos iguais.

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