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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 28 de junho de 2009

Seis ovos no desjejum.

“Manchete Especial” – 12.07.80, em reportagem minuciosa sobre a vida do Papa João Paulo II, quando da sua visita ao Brasil, informou que todos os dias, pela manha, no café, ele come invariavelmente, seis ovos. O poeta ao tomar conhecimento dessa avidez gastronômica de Sua Santidade, por ovos, e, sendo extremamente desconfiado e precavido, como ninguém, neste mundo, revelou a alguns amigos seus, a medida acauteladora que tomaria se por fatalidade o destino o levasse a residir no vaticano.
É isso aí:

Repórter da Santa Sé,
Sacerdote que não mente,
Disse o que mereceu fé,
Em Brasília, a muita gente:

“De manha, logo, bem cedo,
Pasmando a todos os povos,
Do colesterol, sem medo,
O Papa come seis ovos!

Eu, para fugir a engano...
Dores... Gritos... ais e choro..
Morasse no Vaticano,
Minha “zorba” era de couro!..

Senhor Bispo:

Certo carola “cupincha”
Que vive de adulação,
Pensando que a salvação
Depende só de pedincha:
Que berra, zurra e relincha
Atrás do padre, na igreja;
Terça as armas na peleja
Dos vis comentários seus
E diz que esses versos meus
Ferem a Deus! Ora veja!.

Mas, Senhor Bispo, não creia
Nessa vil informação!
Bote o Pimenta na mão,
Leve-o aos seus olhos e leia!
Se há de fato coisa feia...
Lá no entender do beato,
Já não é mais desacato
Para esse tempo moderno,
E eu creio que o Padre Eterno
Vê nisso um mero boato!

Não me venha excomungar!
Antes escute, a verdade:
Não feri a Divindade!
Em mim pode acreditar!
E, aqui estou para explicar,
Confessando, sem demora,
Pois é tempo e está na hora:
Em algo que eu disse atrás,
Se ofendi, a Deus, rapaz,
Foi só da boca pra fora!.

Oh! Meu pastor! E eu havia
De abrigar no coração
As fúrias de Lampião,
Santas leis, eu transgredia!
Nem venial heresia!
Logo contra a Onipotência?
Tenha santa paciência!
Do espeto quente do inferno
Quem tem c.. Tem medo eterno!
Penso com Vossa Excelência.

Dr. Mozart Cardoso.
Do Livro Doce de Pimenta.

Um comentário:

  1. O Medico Mozart Cardoso de Alencar foi um dos homens mais cultos da região. Ainda tinha o dom da poesia. Como o nome bem diz o livro Doce de Pimenta É apimentado . Depois de algumas criticas dos falsos moralistas o Padre Antonio Vieira fez o prefacio e separou o que imoral do que é hipocrisia.

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