"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
domingo, 11 de outubro de 2009
As flor de Puxinanã - Por Ze da Luz
Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!
Zé da Luz.
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Ao mestre Eloi Teles.
ResponderExcluirDedico esta postagem ao grande mestre Eloi Teles. Ele acordava os cratenses diariamente com suas narrativas e "as Flor de Puxinanã" era a minha predileta.
Ouvir essa, declamada por Luciano Vilar Dantas, é simplesmente maravilhoso .
ResponderExcluirPode ser considerado um texto literário?
ResponderExcluirSe n pq?
Sim. Pois,textos literários se trata de poemas de romaces também.
ExcluirOuví, em 2014, essa jóia de um guia turístico após um city tour em Recife. Magistral! Gostaria de relembrar o nome desse competente profissional.Imperdoâvel falha da minha memória!
ResponderExcluirEu era criança e meu pai costumava falar essa poesia pra mim. Muito boa.
ResponderExcluirLembro muito do meu pai
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