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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Marcas do que se foi - Por A. Morais

Nos últimos dias temos testemunhado verdadeiras obras primas, discorrendo sobre a infância e adolescência. Os autores e comentaristas se esmeram em detalhes e lembranças de suas proezas de jovens, dos tempos de estudantes. São produtos de mentes prodigiosas, que como sempre costumam fazer, selecionam o que de bom, de alegre e de saudades marcou a vida.

Eu também tenho as minhas lembranças e saudades. Não vou recorrer aos tempos de Várzea-Alegre não. Falarei um pouco dos tempos do Crato.

Chegando ao Crato em março de 1969, fixei residência na casa de minha parenta Laura Morais de Brito, a pessoa melhor, mais compreensiva e hospitaleira que conheci em toda minha vida. Morava à rua José Carvalho 440 – centro.

Quando a passarada cantava, ao amanhecer, ela me convidava para missa na Sé, celebrada por Mons. Rubens Lóssio, um baixinho, serio, culto, coradinho, conselheiro e homem de Deus. Depois da missa era a vez de ver os livros, cadernos e exercícios passados pelos professores no dia anterior.

Na casa da frente, residência dos “Parentes”, tinha um som muito potente que atrapalhava o estudo, podia-se ouvir o Roberto Carlos cantar " Só vou gostar de quem gostar de mim", e ainda desfilavam pela discoteca dos Parentes o Roberto Carlos, Jerry Adriane, Wanderley Cardoso, Vanderleia, Martinha, Leno e Lilian, Renato e tantos outros.

Depois do almoço seguíamos para o ponto de encontro, nos bancos da Praça da Sé, embaixo dos oitizeiros gigantes. Iam-se formando as turminhas, e, quando feitas, subíamos para o Colégio Estadual para tomar aulas de grandes mestres.

Nos finais de semana era a vez da missa da igreja São Vicente, da Praça Siqueira Campos e dos cinemas Cassino, Moderno e Educadora. Aquilo sim, era uma vida descuidada, feliz, alegre e que não encontramos meios de esquecê-la.

Por A. Morais

11 comentários:

  1. Postagem dedicada a turma de Colegio Estadual de 1969.

    Abraços.

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  2. Morais, o importante nessas recordações, é que temos a impressão que estamos vivendo de novo, pois "recordar é viver". Parabéns pelo texto.

    Abraços

    Magali

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  3. Morais, belas lembranças as suas. Crato sempre foi hospitaleiro e acolhedor, lembro algumas passagens do quanto o povo do Crato abraçava seus visitantes ou estudantes que vinham de outras cidades. É por isso que você se tornou um cidadão cratense de coração e resolveu eleger o Crato como sua segunda "pátria". Isto também se chama GRATIDÃO.

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  4. Magali e Gloria Pinheiro.

    Quando nós vamos falar do passado constumamos lembrar mais as coisas boas que as demais. E as coisas boas foram aquelas que se cercaram de um simples sentimento de alegria, felicidade ou gratidão e reconhecimento.
    Gratidão aos nossos pais, irmãos, amigos, professores, colegas etc. Vejam por exemplo esta frase: A moça que se pinta, pinta o sete. Não teria nenhuma importancia se não tivesse sido a frase escrita na losa por Vieirinha na sua primeira aula de portugues para minha turma. O sentimento de carinho, afeto, gratidão e reconhecimento que temos por Vieira a tornou eterna.
    Assim as nossa mente é fertil de lembranças felizes.
    Obrigado pelos comentarios.

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  5. Isso é que é juventude: quanta saudades do Crato;vou lhe contar um fato muito interessante; em 69 quando fui estudar em Crato, no colégio estadual Dom Quintino, com a professora dona Almerinda, irmã se eu não me engano, de Dom Bosco; pois bem: ela pediu que todos os alunos estudarem o Hino do Crato, eu estudei com muito afim de mostrar a minha amiga Maria Leandro o que eu havia aprendido: o curioso, é que, não sei uma estrofe do Hino de Várzea Alegre, enquanto que do Crato... Flor da terra, do céu oh berço esplendido, dos guerreiros da tribo Cariri,Crato amado, idolatrado, teu destino, há de seguir; verde forte como nosso verde mar; bendita sejas, oh terra de Alencar; para ti exaltar, oh flor do Brasil hei de cantar meu Crato gentil, oh coração! do Ceará, comigo a Nação! ti cantará. Meu Padrinho querido, são essas coisas que nos alimenta a alma, fazendo-nos crescer.Mando um forte abraço a todos, e um especial a minha madrinha Nair. Maria de Fatima Bezerra Cordeiro ( Fatima Gibão)

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  6. Fatima pra voce aprennder o de Varzea-Alegre tambem.

    Como é grande a nossa Várzea Alegre
    Tão cheia de encantos mil
    Que enche de surpresa os visitantes
    E de fé o nosso peito varonil
    Nossas várzeas lindos campos e a lagoa
    Nossas águas tão azul da cor de anil
    Deslizam mansas no Riacho do Machado
    Fecundando este recanto do Brasil

    ESTRIBILHO

    Exaltemos, exaltemos
    Com fé e amor profundo
    O nosso torrão amado
    Patrimônio de Papai Raimundo

    Vendo o teu progresso avançando
    Num insulto aos contrastes banais
    As lindas flores vindas do teu solo
    Perfumam tuas belezas naturais
    O teu vale esperançoso e tão fecundo
    Onde brotam os teus ricos arrozais
    È o orgulho dos teus filhos que se ausentam
    Que te deixam, mas não te esquecem jamais.

    Letra Jose Clementino do Nascimento.

    Musica - Mestre Antonio.

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  7. Lembei-me da musica de Ti Maia; vou morrer de saudade.Dei uma olhadinha na sua foto e de Mundinho; deitei no colo de vocês, e chorei. Fatima

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  8. Por favor, coloque o r ai, Gloria! e as demais letras, pontos, virgulas, e o que mais for preciso, ok? obrigada amiga. Beijos. Fatima

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  9. Maria de Fátima, não entendi a história do "r". Não seria "t"?
    Um abraço à querida amiga mais do que carioca! (Risos)

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  10. Glorita! eu escrevi lembei-me rsrsrs, no lugar de lembrei-me. Sou Cearoca, rsrs. Como te falei, vou contar toda minha vida ao mundo; mais num livro de papel. Só depois, muito depois, para o mundo virtual; veja quanta pretenção, rsrsrs; vamos escrevê-lo não vamos? te amo querida. Fatima

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  11. Morais, a parenta Laura Morais a que vc se referiu é a tia Nenen para nós. Realmente muito amorosa e acolhedora. Era a tia mais querida de meu pai.Sempre recebia seus sobrinhos como verdadeiros filhos, já que não os tinha. Da sua casa da José Carvalho, tenho lembrança do quintal, onde fazíamos os guisados. E ela com toda paciência se divertia com as nossas brincadeiras. Grandes recordações dessa irmã de meu avô Antônio Morais de Brito.
    Um abraço,
    Maria Armênia Holanda Siebra

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