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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 10 de novembro de 2009

MAXIXE MADURO E MANGA MURCHA- Por Mundim do Vale


O ano de 1.955, foi um ano de muita fartura na terra de São Raimundo. Melancia, jerimum, e maxixe, ninguém vendia, porque ninguém comprava. Todo mundo tinha de sobra. Para que o leitor tenha uma idéia do tamanho da fartura, os conterrâneos enchiam dois caçuás de maxixes apenas num curral abandonado. Antônio de Irineu, que não tinha profissão definida e nem disposição para o trabalho, resolveu vender maxixes, que não demandava custos e nem muito trabalho. Mas ele não conhecia bem o produto nem tinha noção que por conta da fartura não havia mercado.
Arranjou um balaio grande e foi até uma grota que tinha atrás da casa de Raimundo Gibão, onde encheu o balaio catando maxixe apenas numa rama do pé. Saiu na rua a procura da venda e a primeira casa que visitou foi a de João Teixeira. Bateu palmas, João Teixeira saiu e quando viu Antônio muito suado na sua porta falou: Ou Antônio tu quer ir ali no meu quintal, catar uns maxixes para fazer um cozido pra tu? A segunda casa que também foi a última, foi a de Chico Francisco. Chico também querendo se ver livre do incômodo vendedor disse: Quero não Antônio! Eu vi falar que tu só vende maxixe verde. O qui é isso Seu Chico? Eu sou um ome dereito. O Sinhor tá pensando qui eu sou quiném seu cunhado João André? Qui vindia Manga mucha na Rajalegue?
Mundim do Vale.

10 comentários:

  1. É Mundim .
    Se ele vai oferecer maxixi ou propor trocar por manga murcha com João de André ele tinha entrado no cipó.

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  2. Mundim, lágrimas de saudades rolam pelo meu rosto, entre sorrisos de felicidade; lembrei daquela grotinha, a quem eu chamo de meu vale alegre, que tantas vezes desci na corcunda de Pitonho, Paizinho, ou um outro membro da família. 1955 ano que nasci; não é a toa que adoro maxixe. Quero escrever muitas coisas mais as lágrimas não deixam; fazer o que sou uma sentimental, ou melhor uma amante incorrigivel de Várzea Alegre, minha Família meus amigos, e toda essa gente que eu amo de coração. Obrigado querido. Abraço carinhoso e fraterno. Fatima

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  3. Minha afilhada.

    Uma recomendação. Quando for degustar maxixi observe bem o tempo que faz que foi cozido. Ou bichim quente da molesta.
    Abraços

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  4. Pois é Fátima, Morais esqueceu de dizer também que o maxixe só é bom se tiver bem verdinho.Maduro só serve para palntar.
    Abraço.
    Mundim do Vale.

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  5. Mundim e Fatima.
    Ontem me encontrei na rua com a irmã de um velho amigo e perguntei: Como está o meu amigo Antonio? Ela respondeu está lá igual a maxixi, quanto mais velho mais ruim! hahaha.

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  6. Benedito, meu irmão me disse que todo dia quando iam almoçar, Jacaré de Luiza Félix ia espiar, não sabe porque jacare´nunca tinha visto um osso lá em casa. Um dia ele jogou um maxixe quente prá cima, jacaré aparou nos ares, mas também nunca mais voltou lá em casa;

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  7. Alô, galera de Varzea Alegre e do Blog Sanharol. Passando só para deixar um abraço para Nair, Morais, Maria de Fátima, Mundim e todos! Nem estou no Estado de São Paulo e passo por aqui para ler alguma coisa e vejo esses comentários pra lá de gente amiga.
    Saaudades de todos vocês.
    Um abraço com muito calor(ufa, aqui também faz muito calor).

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  8. Maria da Gloria.

    Um bom passeio. Estando pelas Minas Gerais, junte os causos e depois conte ao Sanharol.
    Obrigado pelo comentario.

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  9. É verdade meu padrinho, maxixe é muito quente; e so presta bem verdinho como desse Meu amigo Mundim; imagino o pobre do Jacaré com um maxixe quente descendo goela a baixo, viu Gio. Glorita, tenha boas ferias querida; tambem estou com saudades suas, e agradeço seu carinho. Abraço conterraneo e fraterno á todos. Fátima

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  10. Meus amigos.

    Eu sou muito grato a Deus por que nasci em Varzea-Alegre e vivi no Crato. Nunca me ausentei deste ambiente alegre, amigo e irmanado. Qual seria minha reação se estivesse longe de minha terra e ouvisse a historia do Jacaré engasgado com um maxixi quente. Conhecendo os personagens, como conheço, morreria de rir e de saudade com certeza.

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