Rita de Doca Bitu fazia bastante queijo de coalho e de manteiga, no Serrote, onde morava. Um dia ela chegou aflita na casa de Raimundo Inácio e pediu a Antônio, seu sobrinho: Meu filho, vá na rua buscar Doca que faz três dias que ele tá lá pelos cabarés. Frete um carro que eu pago.
Antônio atendeu o apelo da tia e chegando no Engenho Véi, mas precisamente na Boate Barba Azul, tava Doca Bitu muito fiota e arrodiado de mulheres. Antônio trata a conversa de levá-lo embora, como ele atendia a Antônio, aceitou dizendo: Arrume um carro e pague porque eu tô liso. Antônio de imediato chamou o nosso saudoso Torrão, que na época tinha uma Rural. Chegando no Serrote, desceram do carro. Antônio disse, pronto tia Rita, trouxemos o home, agora pague a vagem.
Ela disse: Torrão, aguarde só um instante! Entrou de casa adentro, passado uns cinco minutos, apareceu com um saco na mão, meio pesado: ao ver aquilo, Torrão perguntou assustado - O que é isso, Dona Rita? Ela respondeu: É borra, meu filho, cinco quilos, para pagar sua viagem!
Giovani Costa
Prezado Giovani Costa.
ResponderExcluirSinceramente já ouvir falar em diversos tipos de moeda: Cruzeiro, Cruzado,real, Dolar, Libra, Yene, Euro, peso, marco etc, mas "borra" foi a primeira vez. Só podia ser moeda do Serrote, só podia ser mais um contraste nosso. Muito bom esse seu causo.
Seria borra de café? Torrão além de taxista também era jardineiro? Tem pessoas que utilizam o pó de café para adubo.
ResponderExcluirQue dó da Rita só podia está aflita e confusa. rsrsrs
Maria da Gloria.
ResponderExcluirDa nata se extrai a manteiga e sobra a borra. A borra é um produto sem valor, embora muitos misturam ao açucar e consomem. Como alimento é muito ruim imagine como moeda. hahaha
Meu Padrinho, o senhor acaba de fazer uma injustiça sem tamanho, a nossa borra; Se conhece a manteiga boa, pela qualidade da borra; se ela for ligeiramente acida, e o teor do sal baixo; a manteiga é de alta-qualidade. Em Portugal Alemanha França, e quase toda Europa; era costume vender manteiga e queijo de manteiga, com um saquinho de borra empendurada, para prova do produto. Quando eu era criança, e ia passar ferias no São Nicolau, costumava saborear essa iguaria com uma boa raspa de rapadura branquinha; era deveras muito bom! Dona Rita sabia do valor da sua preciosa borra. Abraço carinhoso e fraterno. Fátima
ResponderExcluirMaria de Fatima.
ResponderExcluirMuito boa e oportuna suas observações. É que com o meu jeitinho besta se na mesa tivesse queijo, manteiga, nata e borra eu começava sempre pelo queijo.
Deixava a borra para os europeus. hahaha
Concordo com a conterrânea Fátima,
ResponderExcluirA borra é um sub-produto da manteiga da terra, mas não deixa de ter um bom com sabor, mesmo com a sua acidez.
Só não é boa para ser furtada, porque o cheiro denucia o ladrão.
Abraço.
Mundim.
com intenção de divulgar o humor da nossa Terra, descobri algo mais, mas a borra para nós era a salvação, pois serviu d emerenda diversas vezes, abraços a todos os amigos do Blog
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