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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 5 de dezembro de 2009

A CONTA PELA RECEITA - Por Mundim do Vale

Uma vez eu fiz uma sociedade com Antônio Ulisses Costa para compra e venda de garrafas vazias, nós comprávamos nas casas e revendia a Luís Proto com um lucro de três cruzeiros por garrafa.
Tinha acontecido uma grande festa na Casa de Zé Costa das Cajazeiras, para comemorar a absolvição de um filho, em um crime de homicídio. Antônio Ulisses chegou pra mim e disse:- Nós vamos comprar as garrafas da casa de Zé Costa, que o pessoal lá é meu parente e pode até nos vender mais em conta. Eu vou pegar o jumento do meu pai e arranjar dois caçuás, que a festa lá foi grande.
Ficou tudo combinado, despesas e lucros tudo dividido em partes iguais. Chegamos na casa da festa, compramos todas as garrafas pelo preço camarada. Na volta ainda compramos mais algumas, que fez com que o jegue deitasse várias vezes no caminho.
Quando chegamos na cidade, eu fiquei com a carga enquanto abria o depósito e Antônio foi dar uma volta. Quando retornou foi com um isqueiro sete lapadas dizendo:
- Olhe aí. Raimundinho. Só pra quem pode!
Eu sabia que ele tinha comprado como dinheiro da sociedade, para me passar pra trás, mas fiquei na minha. Ele ficou acendendo e apagando e eu pedi para que ele ficasse um pouco com a carga enquanto eu ia até um banheiro.
Ele concordou e eu fui até a bodega de Adalgízia onde comprei um cinto que foi três vezes o valou do isqueiro.
Quando voltei fiquei enrolando o cinto e dizendo;
- Isso aqui é só pra quem pode!
Depois que fizemos a venda, fomos fazer a contabilidade para dividir o lucro, quando fechamos tudo, meu sócio falou:
- Tu tá pensando que eu não sei que tu comprou esse cinto, foi com o dinheiro da nossa sociedade?
- Eu sei. Mas tu também tá pensando que eu não sei que tu comprou esse sete lapadas, foi com o nosso dinheiro?
- O sócio balançou a cabeça num sinal positivo e falou:
- Então fica a conta pela receita.

Mundim do Vale


3 comentários:

  1. Esses socios eram cada qual o mais sabido.

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  2. Mundim.

    Manuel Leandro e Chico Antonio Fizeram uma sociedade com uma barraca na festa de São Raimundo. Combinaram que cada um ficavam uma noite. Na primeira ficou o Chico Antonio. Ao amanhecer o dia Manuel Leandro procurou saber do apurado e o Chico Antonio disse: Manuel o apurado foi bom porem de madrugada passaou um cabra mal encarado , de chapeu de couro com um trinta e oito na cintura e levou nosso dinheiro todo.

    A noite seguinte foi a vez de Manuel Leandro e ao amanhecer Chico Antonio procurou saber o apurado, no que Manuel respondeu: O apurado foi até bonzinho, mas o cabra de ontemn voltou no mesmo horario e levou o nosso dinheiro.

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  3. Mundim, gostei do troco, que você deu para seu sócio, rsrsrs; eu compravas meus laços de fitas pro cabelo,em Adalgisa;e as rosas para meus vestidos com Valdeliz de Jesus: oh! tempos bons! Abraço com carinho Fatima Gibão

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