A ORIGEM DA BÍBLIA – PEQUENA HISTÓRIA
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A Bíblia é com certeza a maior obra de fé, história e literatura jamais escrita. Integra praticamente todas as bibliotecas do mundo inclusive as bibliotecas domésticas. Repetidamente lida estudada, analisada e partilhada por cristãos de todas as idades.
Até a invenção da gráfica por Gutenberg em 1451, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) assim, poucos tinham acesso. É o livro mais procurado do mundo, por isto até hoje, mais de 500 milhões de exemplares já foram comercializados.
A Bíblia é a palavra de Deus, e nela encontramos instrução para vivermos da maneira conforme o nosso Criador deseja que vivamos. Ela para nós é como se fosse um manual do fabricante, a diferença é que o manual do fabricante nos ajuda a conhecer um bem adquirido, e ela nos ajuda a conhecer a nós mesmos e a Deus, e nos ensina a viver com dignidade, paz interior, fé e esperança.
Uma análise cuidadosa revelou que ela foi escrita por uns 40 homens durante um período de 16 séculos (1.600 anos). Esses escritores não eram profissionais. Entre eles havia pelo menos: um pastor, pescador, cobrador de impostos, médico, fabricante de tendas, sacerdote, profeta ou rei. Seus escritos mencionam fatos e costumes que desconhecemos neste século XXI.
Os livros que compõem a Bíblia têm uma variedade incomum de estilos, alguns são de fácil leitura, outros escapam a compreensão imediata.
No antigo Testamento, encontramos livros: históricos (Genesis e Livro dos Reis); Coleção de Leis (Levítico); Poemas religiosos e cânticos litúrgicos (Salmos); Narrativas romanceadas (Livro de Tobias); Coletânea de pensamentos (Provérbios); Um legítimo canto de amor (Cântico dos Cânticos); O maior e mais relevante poema sobre o sofrimento (Jó); As pregações e visões de profetas (Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros).
No Novo Testamento, temos a biografia de Jesus Cristo narrada pelos evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João); Os trabalhos desenvolvidos pelos seguidores de Jesus (Atos dos Apóstolos); as Cartas e Epístolas Pastorais (Paulo, Pedro, João e Judas) e finalmente a visão apocalíptica de João (Apocalipse).
A primeira Bíblia cristã, foi estabelecida pelo Concílio de Cartago III, em 397 tinha 76 livros, Mas 1200 anos depois, o Concílio de Trento no século XVI reduziu para 73 livros: 46 do Velho Testamento, escrito originalmente em hebraico e 27 do Novo Testamento, escrito originalmente em grego.
No princípio, era um grande emaranhado de documentos, difíceis de ser lido de modo satisfatório e por isso poucos se aventuravam em ler. Para facilitar sua leitura e localização de "citações" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 d.C. a dividiu em capítulos. No ano de 1551 d.C. o Sr. Robert Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma subdivisão, e agrupou os texto em versículos. Este formato permanece até hoje.
O Antigo Testamento contém 1.074 capítulos e 27.767 versículos em seus 46 livros.
O Novo Testamento contém 260 capítulos e 7.893 versículos em 27 livros.
Entretanto estes números não são exatos, pois, no decorrer dos tempos muitas traduções alteraram as quantidades de capítulos (desdobrando-os ou unificando-os) e versículos (excluindo, unificando ou acrescentando). Assim sendo; Bíblias mais antigas têm uma formatação e as atuais, outra formatação, inclusive na linguagem.
Na verdade os textos bíblicos não deviam ser modificados, entretanto, o que vemos é o seu conteúdo ser assassinado pelos tradutores e modernizadores da linguagem, muitas vezes retirando a essência do que Deus de fato queria nos transmitir. Já foi traduzida em mais de dois mil idiomas e dialetos, e em cada tradução, uma parte é podada ou modificada: I – por que não há palavra similar no idioma traduzido: II – por que o tradutor entendeu por bem alterar um pouco, dando força ao seu ponto de vista. Isto às vezes altera completamente o sentido da mensagem.
A Bíblia protestante possui 66 livros: 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento.
A Bíblia hebraica ou Judia possui apenas 24 livros, os mesmos usados pelos protestantes, todos do Antigo Testamento, entretanto a ordem é diferente e muitos livros foram reunidos em um só. A torá, principal parte da Bíblia é composta pelos cinco livros do Pentateuco.
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Quem ler a Bíblia literalmente, sem analisar, terá apenas uma boa leitura com a sucessão de histórias fantásticas relativas à trajetória de um povo.
Quem ler com a finalidade de censurar aprisiona a mente e o coração a margem do entendimento e assim encontrará uma fonte inesgotável de motivos para contestar o seu conteúdo, pois tudo que não entender segundo sua ideologia, considerará um erro. Tudo isto ocorre, por que o leitor não considera que as admiráveis histórias da Bíblia, em relação a nossa época, são complexas, uma vez que personagens, culturas, costumes e cenários são numerosos e distantes no tempo e no espaço, e tudo isto precisa ser levado em conta, para entender o significado de cada texto.
Contudo, nenhuma passagem histórica que venha a ser contestada inviabilizará o conteúdo e a finalidade desse livro, pois essa contestação representará tão somente o ponto de vista do leitor.
Sabemos que no decorrer dos tempos, muitos problemas têm surgido em relação à interpretação do conteúdo bíblico, objeto de discussões as mais variadas, originando polemicas sem fim.
Há dois mil anos, não poderíamos conceber a idéia de um veículo circulando pelas ruas de Roma. Da mesma forma não podemos menosprezar uma narrativa pelo simples fato de não a compreendermos.
Sabemos que durante muitos séculos ou milênios, as narrativas que hoje lemos, foram transmitidos oralmente de geração em geração, e somente foi compilada, isto é; muitas histórias foram reunidas em um só texto, lá pelos tempos do reinado de Davi.
Há ainda que se compreender que a linguagem de certos textos, é simbólica, não devendo ser entendida tal qual está escrito, isto é próprio da alegoria que descreve um fato utilizando o simbolismo, para sinalizar a importância da descrição.
Vamos citar aqui dois exemplos apenas:
I - Josué mandou que o sol parasse no meio do céu e a lua em outro ponto para que ele vencesse uma batalha, e consta que o sol parou por espaço de um dia. (Josué 10-12,13) Isto é simbólico, pois sabemos que de acordo com as leis que regem o cosmos, Sol, Lua e Terra não poderiam parar sem conseqüências para os seres vivos e os astros mais próximos.
II – Jesus disse: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. Mateus (19-24) Jesus assim falou para dar força à importância de não se deixar corromper pela riqueza.
O livro com maior conteúdo simbólico e alegórico é o Apocalipse, pois na época em que foi escrito, o seu autor não poderia falar literalmente a respeito de suas visões, em virtude da acirrada perseguição ao cristianismo. Por isto escreveu utilizando a alegoria e o simbolismo das figuras mitológicas, como dragão de sete cabeças, besta de sete cabeças e 10 chifres e tudo o mais.
Para entender melhor as palavras: simbolismo e alegoria; vamos ver o que nos diz o “Aurélio – Século XXI”:
I - Simbolismo é a expressão ou interpretação por meio de símbolos que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado.
II – Alegoria é a exposição de um pensamento sob forma figurada: Ficção que representa uma coisa para dar idéia de outra, Seqüência de metáforas que significam uma coisa nas palavras e outra no sentido.
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Felizmente, a maioria dos leitores, lê a Bíblia com a finalidade de aprofundar seus conhecimentos, visando aprender e promover uma reforma interior. Assim procedendo, tornam-se aptos para entender o Espírito da mensagem que flui através das suas páginas, e isto só acontece quando estamos abertos ao entendimento.
Deus em sua paternal bondade quis transmitir ao gênero humano um roteiro de conduta que o levasse a perfeição no decorrer dos milênios. Para esses, a Bíblia se revela em sua plenitude.
Por enquanto, não pretendemos nos envolver com a interpretação ou discussão do conteúdo bíblico, (que poderá ser tema de outras postagens). No momento, nos limitamos a apresentar um ligeiro ensaio do estudo das origens deste magnífico livro. Omitimos deliberadamente detalhes que poderiam apenas enriquecer o histórico, mas não modificaria o básico.
27/01/2010
Parabens Vicente por descrever tão bem sobre este que é o mais perfeito de todos os livros já escritos para humanidade.
ResponderExcluirObrigado e abraços.
Vicente, parabéns pela escolha da postagem!!! Se todos nós pudéssemos viver um pouco a Lei de Deus com certeza o mundo seria muito melhor. É o livro da vida.
ResponderExcluirBeijos.
PS: Recentemente, o escritor português, José Saramago, lançou mais um livro - Caím, mais um sucesso de editora. E na entrevista coletiva, esse senhor disse que a Bíblia era um manual de maus costumes e um livro cheio de crueldade, violência e escracha Deus de forma debochada e todos riam bastante... Fiquei muito triste com o que vi e ouvi.
Perdoai Senhor, eles não sabem o que dizem.
Não quero criar nenhuma polêmica, estou só comentando um acontecimento; sei que cada um é livre para seguir sua fé...
É...
ResponderExcluirMorais:
Muito obrigado pelo estímulo.
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Klébia:
Muito obrigado pelo seu interesse em nossa pequena história.
Cada um inexoravelmente colherá o fruto daquilo que semear em palavras, atos e pensamentos. "Quem planta vinha, colhe uvas, mas, quem planta chuva colhe tempestades".
A nossa Bíblia, cheio de crueldades? É claro que esse senhor não a leu. Ela narra a saga de um povo no decorrer de milênios, e quando esse povo pecava, o sofrimento vinha a galope em decorrências das faltas cometidas. Tudo isto está escrito. Ela nada omite.
É aquela história:
A Bíblia não revela suas mensagens aos que tem a mente e o coração aprisionados pela maldade.
Mas, Para aqueles que desejam compreender seus ensinamentos, ela se revela em sua plenitude.
As pessoas que falam como este português, de fato não compreendem Deus, e nada podemos fazer, seria o mesmo que atirar pérolas aos porcos.
Um grande e fraterno abraço
O ateu se declara dessa forma por que ele sempre acha que está sendo contrário à algum deus. Sócrates também era ateu por não crer em nenhuma forma de divindade. Será que quando não respeitamos a religião do outro não estamos sendo ateu em relação aquele deus que ele concebeu assim? pra pensar.
ResponderExcluirEm tempo: Sou teista.
É...
ResponderExcluirJean Paul
Na verdade, assim como todos os caminhos levam a Roma, todas as religiões levam a Deus.
Não podemos pensar que uma religião seja melhor que a outra. Que uma salva e a outra não.
Na verdade Deus não olha para a religião adotada, mas para o interior de cada filho seu.
Veja bem: todos os seres foram gerados pela vontade de Deus, logo, somos todos iguais na origem. Se nos desviamos durante o percurso, não é culpa do nosso Criador.
Somos os únicos responsáveis por nossa conduta, Deus apenas espera que nos aperfeiçoemos no bem. E sabe Jean, ele tem a eternidade para esperar. Sabe também que mais dia, menos dia, alcançaremos o conhecimento.
Por isto mesmo deixou um roteiro para que o homem pudesse visualizar dias melhores, através das lições de sabedoria dos antigos.
Todos nós trazemos no imo o conhecimento adormecido e quando menos esperamos ele emerge.
Somos importantes para Deus, pelo que bem que podemos realizar e não pela religião adotada.
Quanto ao ateu, isto é como disse, apenas uma ideologia. Não vamos deixar de amá-lo por isto. Vamos observar o seu valor moral: Como ele trata a família, os amigos, o mundo.
Se ele é uma pessoa de bem, quem disse que também não será salvo.
Ele é honesto, declara abertamente o que pensa sobre religião. Não podemos acusá-lo por pensar diferente.
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Agradeço a você pelo comentário, por que fica automaticamente incorporado ao texto original para melhor entendimento dos demais leitores.
Aceite um fraterno abraço
Vicente, lendo as opiniões sobre o ateu, lembrei-me de contar um caso que aconteceu comigo. Em uma das minhas viagens ao Brasil, ao passar pela alfândega e ao apresensentar meu passaporte caiu um "santinho" no balcão e o funcionário me perguntou:
ResponderExcluir- A senhora acredita em Deus?
- Acredito meu senhor. É em Deus que encontro forças prá continuar. Se não fosse essa minha fé, com certeza, não estaria mais aqui... O senhor não acredita??
- Não. Mas acredito nas pessoas que acreditam em Deus.
Ponto final.
Abraços a todos.
É...
ResponderExcluirKlébia
Gostei do seu ateu. Como você pôde observar, ele é gente simples como nós, e merece todo o nosso respeito não é?
Aliás, as pessoas confundem muito o Ateu com o Materialista, quando na verdade são bem diferentes em ideologias.
O Ateu é aquele que não acredita em Deus, é um incrédulo.
Já Materialista, é bem mais profundo; afirma que a origem do mundo, dispensa a criação divina e se explica apenas em termos evolutivos. Não percebe que a evolução é uma lei divina eterna e imutável.
Em ambos os casos, se tivessem tempo de ler a Bíblia com o coração, erradicariam suas dúvidas.
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Mais uma vez obrigado por seus comentários citando ocorrências reais, que enriquecem a postagem.
Aceite um fraterno abraço.