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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Dois a hum e meio - Por Antônio Morais

Essa é bem antiga. Por volta de 1955, o Quixará, atual Farias Brito, ousou desafiar Várzea-Alegre para uma partida de footebol. As maiores dificuldades diziam respeito á arbitragem. Depois de reuniões seguidas, as partes chegaram a um entendimento. O primeiro tempo seria arbitrado por um juiz do Quixará e a fase final por um arbitro de Várzea-Alegre.

No dia do jogo, por volta das 11 horas da manha, Zé Odemar estacionava o "misto" na praça da igreja e os atletas se acomodaram em seus devidos lugares. Seguiram por uma estrada carroçal que ligava os municípios via Cariutaba. Pra encurtar a historia o primeiro tempo terminou com um escore de hum a zero para o Quixará.

Depois de trocarem o campo e o arbitro a contenda recomeçou. Aos 12 minutos os atacantes varzealegrenses Raimundo de Bié e Nenen de Canuta já haviam convertido em gols duas das seis penalidades marcadas pelo arbitro Zé Gatinha.

O jogo seguia em banho Maria para tranquilidade do juiz que não precisou mostrar as suas prerrogativas de autoridade. Aos 42 minutos do segundo tempo, quando ninguém acreditava numa reação do Quixará, o zagueiro cobra um tiro de meta, um bicudo daqueles que a bola sobe, sobe e vai caindo maneira feito um gavião peneirador que posa numa ninhada de pintos.Um gaiato, na geral, usa um apito igual ao do arbitro. O quarto beque de Várzea-Alegre, seu Tonho de Cota se confunde e segura a bola com as duas mãos dentro da pequena área. Não houve outra alternativa para o arbitro, o penal foi marcado e a bola colocada na marca da cal.

Antes de autorizar a cobrança, o arbitro foi até o goleirão de Várzea-Alegre Perna Santa e advertiu: Se deixar entrar volta para Várzea-Alegre a pé... Por sorte a bola tinha um manchão estragado e com o impacto do chute explodiu. A câmara de ar se desprendeu e como um foguete tomou rumo ignorado, a capa da bola entrou mansinha rente a trave esquerda e goleiro se esparramava para o lado direito.

Zé Gatinha marcou "meio gol". A partida foi encerrada com dois minutos antes do tempo regulamentar e com o histórico escore de 'dois a hum e meio" para Várzea-Alegre é claro.

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Brigada pelo carinho....
    Pois é Morais, mas meio gol é vitória..... kkkkkkkkkkk Grande Zé Gatinha!!!
    Esse placar só podia ser mesmo na Rajalegre... kkkkkkkkkk

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  2. kkk, Sou natural de Varzea Alegre, más fui criado em Farias Brito, Antiga Quixará. Fiquei feliz mais com a dinâmica da história do que com o resultado, o sangue historiador me relembra grandes histórias entre os municípios, que concorrentes já deram muito para se contar.

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  3. Sábia a decisão do Arbitro Zé de Adálio, o Zé Gatinha, se entrou a metade da bola, porque não se sabe onde foi parar a câmara de ar, só podia valer "meio gol" e assim foi encerrado o amistoso, com um placar único na história do futebol.

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