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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 24 de março de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL

O SAMBA DE BREQUE

Por Zé Nilton

O Samba, ritmo bem brasileiro, cuja origem vem de muitos lugares, talvez por isto mesmo, dele derive vários sub-ritmos, ou várias pegadas de um mesmo compasso.

As culturas locais desse imenso Brasil vão lhe acentuando novos ritmos e terminam por contribuir para a diversidade de nossa música.

O gênero Samba tem essa facilidade de adaptação, e vamos encontrar diversas formas de manifestá-lo sob não poucas alcunhas, como: Samba de batido, Pagode, Samba de Breque, Samba-chulado, Samba-corrido, Samba-enrede, Samba-exaltação, Samba de morro, Partido Alto, Samba-raiado, Samba de roda, Samba de terreiro, Samba pé de serra... Afora os chamados gêneros de fusão, como Bossa Nova, Samba-canção, Samba-choro, Samba-funk, Samba de gafieira, Sambalanço, Samba-jazz, Samba-maxixe, Samba-rap, Samba-reggae, Samba-rock, Samabalada, Sambolero, Samba rumba, e vai por aí.

O Samba Chulado vem lá dos tempos do Império, com Chiquinha Gonzaga fazendo a damas e os cavalheiros perderem a pose e caírem no requebrado, no remelexo, no jogo das cadeiras...

Na década de 1950, cai na moda o Samba de Breque. Moreira da Silva (Antônio Moreira da Silva - Rio de Janeiro, 1 de abril de 1902- Rio de Janeiro, 6 de junho de 2000) resgata o ritmo que vinha se insurgindo dentro da música popular desde os tempos do grande Sinhô (José Barbosa da Silva - 18 de Setembro de 1888 - 4 de Agosto de 1930).

Tornaram-se tão ligados o samba de breque e Moreira da Silva que hoje quando se fala do gênero logo lembramos do grande Kid Morengueira. Alías, Miguel Gustavo construiu verdadeiras histórias fantásticas baseadas nos filmes da época, e criou o nome Kid Morengueira para cantar-falar-cantar suas belas composições.

Diz-se até que, num certo dia, Moreira da Silva ouviu de um músico que não sabia acompanhar conversa. A conversa vem sempre após uma breve parada. É o breque, do inglês Break. Há que chame de sincopado.

Bem, o Samba de Breque, no programa dessa quinta feira – Compositores do Brasil. Vamos falar desse gênero bem coisa nossa, enquanto ouviremos:

Por causa da hora, de Noel Rosa, com Noel Rosa
Acorda, amor, de Leonel Paiva e Julinho da Adelaide, com Chico Buarque
O rei do gatilho, de Miguel Gustavo, com Moreira da Silva
Acertei no milhar, de Wilson Batista e Geraldo Pereira, com Moreira da Silva
Minha Palhoça, de J. Cascata , com Ciro Monteiro
Na Subida do Morro, de Moreira da Silva e Ribeiro da Cunha, com Moreira da Silva
Baile no Elite, de João Nogueira e Nei Lopes, com João Nogueira
Tira os óculos e recolhe o homem, de Jards Macalé, com Macalé
Senhor Delegado, de Antoninho Lopes e Jaú, com Germano Mathias
O Último dos Moicanos, de Miguel Gustavo, com Moreira da Silva
Fenômeno, de Milton Moreira e Joaquim Domingues, com Jorge Veiga
Moreira na Ópera, de Henrique Batista e Marília Batista, com Moreira da Silva

Quem ouvir, verá!

Programa: Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Apoio. CCBN

Um comentário:

  1. Prezado professor Zenilton.

    Parabens pela postagem do grande Moreira. Este encantou o Brasil com os seus breques e sua graça.

    Abraços.

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