Se eu pudesse engatar
Uma ré na minha vida,
Talvez fosse me lembrar
De muita coisa esquecida.
De menino obediente,
Do terço de penitente
E a cigana com mentira.
Do refresco de umbu,
Bolo de caco e beiju
E do mel de jandaíra.
Sem saber contar dinheiro
Nem conhecer inflação,
Me crismar no Juazeiro
Com o bom Frei Damião.
Comer banana do cacho,
Pular dentro do riacho
E descer na correnteza.
Depois negar a história,
Pensando na palmatória
Que não saía da mesa.
Correr pra cima da serra
Com medo de avião,
Pensando que era a guerra
Chegando lá no sertão.
Brincar de maneiro pau,
Tomar leite no curral
E comer cuscuz com nata.
Perturbar velha fiando,
Minha avó me ameaçando
De chamar o pai da mata.
Dar mote pra violeiro
Sem ter no bolso um tostão,
Acompanhar o tropeiro
Que carrega o algodão.
Vê as caboclas fiando,
Um adjunto cantando
E o carro de boi andar.
Cantar hino no natal,
Fazer o pelo sinal
Na hora de me deitar.
Comer rapa de gamela
Nos engenhos do lugar,
Furar cuia com sovela
Para depois costurar.
Dormir as vezes com sede
Pra não urinar na rede
E acordar com dordói.
Ligar um rádio de pilha,
Para ouvir a maravilha
Do programa do Elói.
Levar o almoço pra roça
E caçar de baladeira,
Pegar bigu em carroça
Vender pitomba na feira
Num jegue carregar lenhas,
Andar no meio das brenhas
Sem ter um itinerário.
Acompanhar procissão
E depois da comunhão
Bejar a mão do vigário.
Caminhando sempre ao léu
Subindo em cima da serra,
Pensando em ver o céu
Emendado com a terra.
Pagar promessa com fé,
Indo a pé ao Canindé
Na festa de São Francisco.
Uma viagem arriscada,
Mas com a graça alcançada
Uma ré na minha vida,
Talvez fosse me lembrar
De muita coisa esquecida.
De menino obediente,
Do terço de penitente
E a cigana com mentira.
Do refresco de umbu,
Bolo de caco e beiju
E do mel de jandaíra.
Sem saber contar dinheiro
Nem conhecer inflação,
Me crismar no Juazeiro
Com o bom Frei Damião.
Comer banana do cacho,
Pular dentro do riacho
E descer na correnteza.
Depois negar a história,
Pensando na palmatória
Que não saía da mesa.
Correr pra cima da serra
Com medo de avião,
Pensando que era a guerra
Chegando lá no sertão.
Brincar de maneiro pau,
Tomar leite no curral
E comer cuscuz com nata.
Perturbar velha fiando,
Minha avó me ameaçando
De chamar o pai da mata.
Dar mote pra violeiro
Sem ter no bolso um tostão,
Acompanhar o tropeiro
Que carrega o algodão.
Vê as caboclas fiando,
Um adjunto cantando
E o carro de boi andar.
Cantar hino no natal,
Fazer o pelo sinal
Na hora de me deitar.
Comer rapa de gamela
Nos engenhos do lugar,
Furar cuia com sovela
Para depois costurar.
Dormir as vezes com sede
Pra não urinar na rede
E acordar com dordói.
Ligar um rádio de pilha,
Para ouvir a maravilha
Do programa do Elói.
Levar o almoço pra roça
E caçar de baladeira,
Pegar bigu em carroça
Vender pitomba na feira
Num jegue carregar lenhas,
Andar no meio das brenhas
Sem ter um itinerário.
Acompanhar procissão
E depois da comunhão
Bejar a mão do vigário.
Caminhando sempre ao léu
Subindo em cima da serra,
Pensando em ver o céu
Emendado com a terra.
Pagar promessa com fé,
Indo a pé ao Canindé
Na festa de São Francisco.
Uma viagem arriscada,
Mas com a graça alcançada
Não passar por nenhum risco.
Todo começo tem fim
É da própria natureza,
Se deixa saudade em mim
No sertão deixa tristeza.
Você sabe eu também sei,
Que tudo que aqui falei
Só uma parte ficou.
Mas com a lembrança eu vejo,
Todo valou sertanejo
Que o tempo carregou.
Todo começo tem fim
É da própria natureza,
Se deixa saudade em mim
No sertão deixa tristeza.
Você sabe eu também sei,
Que tudo que aqui falei
Só uma parte ficou.
Mas com a lembrança eu vejo,
Todo valou sertanejo
Que o tempo carregou.
Mundim do Vale
Mais um belo poema Raimundim de muita saudade!!!
ResponderExcluirCada vez melhor.
ResponderExcluirNo sábado, dia 03, quando estava tudo pronto para começar a festa de aniversário de Manoel Aquino Neto, vovê só escutava era cadê, Nanum, Cadê Nanum... até que Nonato Sousa disse: Deve tá lá em Alberto. Aí Jean de Senhor disse: _Não, eu deixei ele lá no mercado no meio d edois violeiros, ele estar que nem Cristo: no meio de dois ladrão.
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